Na imagem que estão a ver - e onde se vê também a sombra fotógrafo - está parte de uma herdade com mais de 500 hectares: a Herdade do Pereiro da Chança.
Outrora uma herdade sobretudo vocacionada para a produção de tomate, hoje dedicada especialmente ao olival.
Um olival robusto e com compasso curto que se estende até perder de vista.
O que não sabia e fiquei a saber pelo senhor António Belo André, tesoureiro da junta de freguesia de Comenda, é que herdade foi propriedade também do dr. Jorge Bastos, dono da Herdade do Vale do Grou (também conhecida por Herdade da Comenda), o benemérito que cedeu os terrenos para a construção do parque de merendas da Ribeira da Venda (aliás, o parque de merendas tem o seu nome).
Em meados do século XX, a Herdade do Pereiro - há mais herdades no Alentejo com este nome - não apenas produzia tomate com fartura como também o transformava, numa grande fábrica de que sobram hoje sobretudo edificado abandonado e a caminho da ruína, junto à estação da Chança. Note-se que, conforme informa Fernando Martins de Oliveira, na herdade da Comenda também se produzia tomate que depois era transformado na fábrica da Chança.
Esta fábrica dava emprego a muitas pessoas, com destaque para quem vivia no Monte da Pedra, uma aldeia já no concelho do Crato mas que dista poucos quilómetros da Herdade do Pereiro, situada já no concelho de Alter do Chão, com a aldeia de Chança por perto. Uma herdade cruzada pela linha do Leste e com direito a estação (e não apeadeiro) ferroviária - uma estação hoje entaipada mas que noutros tempo teve muita vida, com direito a taberna e tudo.