Polvorosas exerceu direito de preferência e afinal comprou o Polvorão

 


A Sociedade Agrícola das Polvorosas exerceu o seu direito de preferência sobre a venda dos terrenos que pertenciam à Herdade do Polvorão, uma operação de 7,7 milhões de euros.

A compra tinha sido proposta pela empresa Blue Sites, uma empresa dedicada à compra de prédios rústicos e urbanos para a instalação de parques de produção de energia solar. A Câmara Municipal de Gavião tinha direito de preferência sobre a compra mas não exerceu mas agora soube-se que a Sociedade Agrícola das Polvorosas exerceu o seu direito de preferência pelo facto de os seus terrenos confinarem com os que estavam à venda.

Em causa estão muitos hectares de terreno correspondente à Herdade do Polvorão, à Herdade do Vale Grande, ao Vale Marianas, ao Estacal, Alagoa e Vale Polvorosa, praticamente toda a área(e mais alguma) entre a estrada municipal Comenda-Ferraria e a nacional 118.

A parte de leão desta operação diz respeito à Herdade do Polvorão em si - que valeu 3,6 milhões de euros, mas em causa está também o lote da Herdade do Vale Grande, a norte do monte do Polvorão.

A notícia surgiu depois de o vereador Rui Vieira, eleito pela CDU, ter dado conta da sua preocupação relativamente aos caminhos que percorrem estas herdades e cujo uso público pode agora ficar em causa, nomeadamente, como precisou, no acesso às hortas de algumas extremas, bem assim como relativamente a futuras edições do Raid da Ferraria e da Baja de Portalegre.

José Pio, presidente da Câmara de Gavião, disse que os caminhos vicinais deviam estar cadastrados e instou as juntas de freguesia a fazer um levantamento rápido dos mesmos, antes que portas e vedações sejam colocadas, impedindo a circulação nessa caminhos, nomeadamente num que liga a Comenda a Vale do Bordalo através das Polvorosas.

Nas Polvorosas, herdade que ocupa quase um terço do território da freguesia de Comenda, a sivicultura é a principal atividade mas recentemente foi implantada uma apreciável mancha de olival, junto às baixas da Ribeira da Venda. Desconhece-se o que a sociedade pretende fazer agora que praticamente duplicou a sua área com a aquisição do Polvorão.

Por outro lado, já se sabe que a Câmara Municipal de Gavião não terá um jackpot de cerca de 500 mil euros nesta operação pois os terrenos estão em zona ZIF (zona de intervenção florestal) e não haverá lugar à cobrança de IMT.