Muitas vezes damos por adquirido o que temos e esquecemos como foi difícil conseguir chegar aqui.
É o caso do açude que acabou por transformar por completo o sítio da Ribeira da Venda, um local de excelência do concelho de Gavião cuja valorização não tem sido tão consistente quanto a Ribeira da Venda merecia.
Mas hoje estamos sobretudo aqui para falar das origens da maravilha que temos e não daquilo que a Ribeira da Venda já merecia ter.
E para falar da Ribeira da Venda nunca se pode deixar de falar de Manuel de Jesus Duarte, o popular Manuel Lérias que teve a epifania que deu origem a isto tudo.
Conforme contou um dia, numa entrevista, João Galinha Barreto, o antigo presidente da junta de freguesia de Comenda foi quem o levou, enquanto presidente da Câmara Municipal de Gavião, a fazer a obra do atual açude que criou um espelho de água que é a imagem deste sítio. O xisto que reveste o açude, contou Galinha Barreto, veio de Mourão. Foi no seu tempo de presidente que se abriu um novo braço da ribeira e que se construiu a ponte de madeira que ainda vemos e que hoje tanto precisa de uma obra. E nesse tempo também nasceu a ideia de recuperar a velha ponte de pedra.
"Manuel Lérias foi o pai da Ribeira da Venda, era incansável na defesa da sua freguesia", sublinhou Galinha Barreto nessa entrevista.
Mas o que aqui dissemos continua a ser pouco sobre o papel desempenhado por Manuel de Jesus Duarte na transformação de um local de hortas e Matosinhos no parque de merendas e na praia fluvial que hoje conhecemos, num processo no qual o então presidente da junta convocou os seus fregueses para o pesado trabalho de transformação. Um processo que merecia ser detalhado numa publicação, antes que a memória de quem o conheceu e ainda é vivo se apague.