Os parques fotovoltaicos já em instalação e para instalar no concelho de Gavião voltaram a estar na ordem do dia da reunião de Câmara que se realizou esta manhã.
O vice-presidente da Câmara, António Severino, fez mesmo questão de mostrar a imagem que mostra as manchas a ocupar por painéis solares - e não estamos a falar de milhares de painéis mas de milhões!
A amarelo, no canto superior direito, a área para o parque solar do Mato BritoEm causa estão os parques solares da Margalha - já em construção -, do Polvorão, da Atalaia, da Comenda, Mato Brito e também o parque denominado Torre das Vargens, este último um empreendimento que "rasga" o Sor no limite de Ponte de Sor com Gavião e penetra fundo no concelho de Margem. Para além, claro, das linhas condutoras de energia e as eólicas a instalar no limite do concelho de Gavião.
"É dramático", foi como José Pio classificou esta situação, preocupado com o excesso de painéis e também com as linhas que vão afetar sobretudo a população do Moinho do Torrão, sendo que nisto tudo há que incluir também as linhas que virão do parque solar do Monte da Pedra e que entram também no concelho de Gavião e na freguesia de Comenda.
"Já disse que se calhar é melhor fecharmos o concelho e deixá-los fazer as vedações", desabafou António Severino.
A verdade é que a Câmara Municipal de Gavião é impotente para travar estes projetos classificados como de interesse nacional e que surgem no âmbito da produção de energia renovável, grande desígnio nacional.
A autarquia de Gavião opôs-se, por exemplo, aos projetos da Endesa e foi a única autarquia envolvida a fazê-lo. José Pio confessa mesmo que esta posição tem suscitado "alta pressão" no sentido de mudar o "não" para o "sim". O "não" apenas faz abrandar um projeto de 600 milhões de euros - no âmbito da reconversão da central do Pego - mas não o travará.
Mas há boas notícias. As faladas compensações podem vir a ser um facto, para além dos 3 milhões de euros que a autarquia já recebeu do Fundo Ambiental.