A questão dos parques solares foi debatida na última Assembleia Municipal, durante a qual Fernando Faca, único membro eleito pelo CHEGA, fez ouvir a sua voz para dizer: "O que é que esses indivíduos já deram ao nosso povo? Eles não querem saber de quem está cá a viver!"
A lei impõe que as empresas dos parques solares compensem as populações das áreas envolvidas mas a verdade é que de concreto até ao momento só existem reuniões com os presidentes de junta nesse sentido, ainda não se tendo chegado à fase de elaboração de um caderno de intenções. A intenção é beneficiar a população ou as associações envolvidas como forma de compensação pelo impacto dos parques solares e eólicos mas nunca na forma de descontos na fatura da luz.
A única compensação conhecida caiu nos cofres da Câmara através do Fundo Ambiental: 3 milhões de euros. Com mais a caminho pois para Gavião estão previstos mais dois parques solares, este da Endesa.
Em discussão esteve também o facto de alguns caminhos vicinais terem sido bloqueados pela empresa que está a construir o parque solar da Margalha, onde os painéis solares já se encontram no terreno, prontos para a instalação através de uma força de trabalho de 160 homens a instalar num estaleiro no antigo campo de futebol da Comenda.
Germano Porfírio, presidente da União das Freguesias de Gavião e Atalaia, referiu que a empresa responsável pela construção do parque da Margalha tem atendido às reclamações feitas e que em caso de última necessidade tem feito caminhos alternativos. "Eles têm vindo a atender as nossas reclamações", acrescentou o presidente da Câmara Municipal de Gavião.
Note-se que depois deste parque da Margalha seguir-se-á o do Polvorão, um empreendimento também da francesa Akuo Energy. O Ministério Público já avançou com um processo alegando atropelos legais mas este não será suspensivo. José Pio já veio manifestar a sua surpresa pela decisão da divisão ambiental do MP.
“Não tenho conhecimento oficial desta posição do MP, depois quero dizer que em termos fotovoltaicos está devidamente licenciada pela câmara municipal, apesar de, neste momento, decorrer um processo de caducidade do licenciamento”, disse à agência Lusa, referindo que este é um projeto "que já tem todo o licenciamento vindo de todas as instâncias governamentais e municipais”.
O presidente da Câmara de Gavião fez notar que o licenciamento está a caducar depois de obras paradas durante um ano mas disse também saber que a empresa "vai voltar à carga".