Mais uma pisadela no Pisão. Paz à sua alma!

 


A novela da barragem do Pisão, que já decorre há mais de 50 anos, teve mais um episódio quando o governo anunciou a retirada dos milhões do PRR deste investimento. Uma decisão porventura prudente pois o risco de a obra não terminar antes do prazo limite para o PRE era elevadíssimo.

Como a anedota se faz sozinha, a CIIMA argumenta agora que o que PRR já pagou em projetos e quejandos não é para devolver.


A Barragem do Pisão é para continuar e tem o compromisso dos autarcas do Alto Alentejo e do Governo Portugal, foi dito esta semana após uma visita ao Alto Alentejo do secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, e da mulher de limpeza do gabinete de Luís Montenegro (foi essa a minha percepção).

O que foi dito sobretudo pelo Grande Hilário, almirante da frota, foi que a reprogramação do PRR motivou uma mudança de financiamento, sustentada por orientações da União Europeia, e que em nada compromete o desenvolvimento do Empreendimento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato – Barragem do Pisão, estando assim a CIMAA, legalmente mandatada. E depois lavou a mãos quanto a responsabilidades nos sucessivos atrasos de um projeto que muitos técnicos entendem que hoje é desnecessário.

Em jogo estão 141 milhões e mais uns trocos que vão servir sobretudo para o regadio dos concelhos do Crato e de Alter, para consumo de 55 mil pessoas e para a produção de energia verde capaz de assegurar 55 por cento do consumo do Alto Alentejo. Quanto ao lago que vai nascer é pouco provável que tenha um efeito que as barragens do Maranhão e de Montargil nunca tiveram já explosão turística.

A questão que sobra é saber se estes 141 milhões não seriam mais bem aplicados noutros investimentos. E também saber se o governo vai mesmo pagar e se a senhora da limpeza consegue convencer este ou o próximo primeiro ministro.

O mais certo é estarmos a assistir ao estertor final do projeto Pisão. O que é capaz de não ser uma má notícia.