Sobre a Comenda, os comendenses e a diáspora

 


Vai para dois anos que resido na Comenda, a terra que escolhemos para o que resta nossa vida.

É pouco tempo.

Mas já posso dizer que a minha vinda para aqui só pecou por ser tardia.

Com a subjetividade que me permitirem, hoje posso dizer que há varias formas de olhar para a nossa terra.

Entre os que aqui nasceram, aqui residiram sempre ou para aqui voltarem depois de uma vida de trabalho, persiste um sentimento ambíguo de amor e algum ressentimento. Este último alicerçado no passado bem mais dinâmico que a aldeia teve. É um sentimento comum, que se manifesta mesmo em terras que cresceram e onde há saudades de uma vida mais singela.

O amor pela Comenda esse é de todos, vivido há medida de cada um.

O que mais me surpreende é o sentido crítico de alguns comendenses que já aqui não vivem e que aqui vêm raramente e que muitas vezes parece sobranceria. Vou dar de barato que não até porque muitas pessoas deste grupo são precisamente as que aqui surgem a comentar manifestando uma paixão imensa por esta terra.

Também me surpreende o sentimento anti Gavião que por aqui se manifesta, como se este território não fosse também de um concelho com muita história. Mas tal também não é exclusivo da Comenda. Noutras latitudes a sede do concelho é sempre vista com maus olhos.

Mas o que não suporto mesmo é a superioridade intelectual e moral que muitas vezes aflora e que aqui não irei alimentar para não dizerem que quero ser o próximo presidente da Câmara de Gavião!

Não vejam aqui uma crítica mas apenas uma constatação de um forasteiro que aqui se plantou em 2021 vindo da Galiza do Sul. A propósito, os grandes povoadores deste território foram galegos...