Câmara quer lógica de utilizador-pagador no regadio da Ribeira de Margem

 


A Câmara Municipal de Gavião aprovou um apoio de 2500 euros para a associação de agricultores que gere o regadio das ribeiras de Margem. O vereador Rui Vieira, eleito pela CDU, reclamou um apoio mais substancial mas o presidente da Câmara argumentou que se trata de um apoio a uma entidade privada e que o município já apoia mais do que devia. Rui Vieira recordou que o projeto custou três milhões de euros em fundos comunitários e que pode justificar mais investimento. António Severino, vice presidente da Câmara, elogiou o trabalho que tem sido feito pelos sócios desta associação e sublinhou que a autarquia paga aos sapadores o trabalho feito pelos dirigentes da associação. José Pio afirmou ainda que o regadio é uma obra extraordinária mas devia ter, tal como em Alvega, um regulamento, alertando para o facto de que os proprietários que mais usam o regadio nem serem sócios da associação. O regadio, na sua opinião, " devia respeitar a lógica utilizador-pagador".


José Pio reforçou que a água é um bem cada vez mais escasso e que o regadio tem vindo a sofrer com a aquisição de terrenos por grandes proprietários. Recorde-se que o principal abastecimento deste sistema de regadio é feito sobretudo através de uma mina que se encontra em propriedade privada, recorrendo cada vez menos à Ribeira de Margem.

Este programa de regadio tradicional envolve mais de 300 hectares e duas centenas de proprietários e desenvolve-se ao longo da Ribeira de Margem e dos seus afluentes, tendo uma extensão de 44 quilómetros e envolvendo 60 açudes e 71 levadas. O sistema foi criado em 2009 e é tutelado pela Associação de Agricultores da Ribeira da Venda e Margem.