O tal terramoto que abalou Gavião mas deixou a Comenda escapar

 

A imagem que vêem é da ponte da Ribeira Grande, em Fronteira, e o estrago feito não se deveu a uma terramoto mas a cheias. Mas foi assim que ficaram muitas estruturas do reino de Portugal no dia 1 de novembro de 1755.

Era sábado, Dia de Todos-os-Santos, com céu limpo e claro em Lisboa, a cidade portuguesa mais afetada. Passava pouco das nove e meia, quando se fez sentir um primeiro abalo de terra, de grande violência.

Este abala sísmico também causou muitos estragos em Gavião, conforme regista o padre Heitor Patrão, nas suas "Memórias do Concelho" [2003]. Houve grandes danos, em especial na igreja matriz e na sua torre sineira. No seu epicentro, este terramoto atingiu grau 9 na escala de Ritcher (máximo 10).

A zona de Gavião é bastante sensível a estes fenómenos, por se situar na falha geológica inferior do Vale do Tejo. Pela Comenda, a memória paroquial mandada fazer pelo Marquês de Pombal na sequência do terramoto não se registou qualquer ruína, talvez porque por aqui o solo tem outras caraterísticas.

No Alentejo registaram-se vários danos e foi necessário conter uma onda de roubos e desordem que se seguiu ao terramoto que arruinou sobretudo a baixa de Lisboa.