Gavião é um balão que se esvazia em termos demográficos

 


Os dados consolidados do CENSOS 2021 estão a acrescentar informação relevante que merece uma reflexão profunda sobretudo para os decisores políticos de Gavião.

É sabido que estes não podem fazer muito na ausência de uma estratégia nacional que vise inverter a tendência de desertificação dos territórios do interior de Portugal, territórios que, ao contrário do que acontece nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, não beneficiam de qualquer pacote de incentivos e de apoios, nomeadamente a nível fiscal.

O país tem de começar a entender que não é uma faixa à beira mal plantada com cerca de 900 quilómetros de extensão, de Caminha a Vila Real de Santo António.

O distrito de Portalegre está identificado como o mais 'deprimido' do ponto de vista demográfico e da atividade económica. Uma coisa somada à outra e temos a tempestade perfeita para o definhamento que se sente.


No caso do concelho de Gavião, é notório o défice demográfico. Em 20 anos, a população residente no concelho caiu de quase 5 mil residentes para menos de 3.400. É um queda vertical e nem sequer em espiral. Algo de tremendamente assustador e que urge ser parado. Tanto mais que este território tem tudo para ser atrativo para quem quer fugir dos grandes centros urbanos, onde já é impossível comprar casas a preços comportáveis e onde a vida tem uma aceleração insuportável também.

Mas não basta ter, é preciso querer. O que passa por investimento e por campanhas de comunicação 'agressivas', que mostrem como é bom viver no interior do país, neste caso no concelho de Gavião, um Alentejo diferente mas que tem de saber marcar essa diferença.

Na parte que nos toca, através desta página, cá estaremos sempre disponíveis para sublinhar as qualidades de uma vivência em harmonia com a natureza e num território que já tem muito para oferecer mas pode ter muito mais para dar.