Forte impacto visual dos painéis solares na Comenda já é percetível na transformação da paisagem

 


Há imagens que falam por si.

É o caso desta, tomada esta semana pelo comendense Cláudio Barreiros, em voo de drone. Refere-se a uma zona já desmatada onde será instalada a área 1 da central solar fotovoltaica do Polvorão, uma área cortada pela estrada municipal, no que toca à imagem pouco antes da pista de aviação para quem vem de Gavião.

Dá para perceber a transformação da paisagem que está já em curso e que vai obrigar ao corte de muitas árvores, entre as quais azinheiras e sobreiros, espécies protegidas mas sacrificadas ao abrigo da causa ambiental e da sustentabilidade energética, assim se provando que não é possível ter sol na eira e chuva no nabal.

A paisagem mais antiga deste território nada tinha a ver com as florestas de eucaliptos que as empresas de produção de pasta de pastel aqui implantaram em força e que continuam a explorar. Aliás, uma delas, a Navigator, tem a sua exploração na área 3 e ainda não chegou a acordo com a empresa que irá explorar durante 30 anos a produção de energia solar através de painéis fotovoltaicos.

A instalação da central solar implicará a destruição de 31 hectares de povoamento florestal de eucalipto e de 23 hectares de povoamento florestal de pinheiro bravo.

O projeto original previa o abate de 6.325 sobreiros mas após a revisão que foi necessário fazer devido ao impacto ambiental, este número baixou para 1.739. Quanto às azinheiras, de um total de 339 a abater no primeiro projeto passou-se para apenas 36. No total, serão abatidas 1.771 árvores destas espécies.

O impacto visual dos painéis será muito forte na área fotografada pelo Cláudio e também, no sentido de quem vem de Gavião, entre o cruzamento para a Ferraria e a descida para a Ribeira da Venda. A encosta a poente da zona espetáculo da Ribeira da Venda ficará também coroada de painéis, constituindo mais uma zona de forte impacto visual.

Entre os eucaliptos e os painéis, venha o diabo e escolha. Mas acabo de verificar mais uma vez que tenho sol na minha eira e também no meu nabal.