Belmonte, uma das maravilhas da Cova da Beira onde fomos encontrar o 'nosso' Sourinho

 


Hoje fomos a Belmonte. Num instante ali se chega, pouco mais de uma hora de caminho, sem pressa, furando a Gardunha, apreciando o Fundão, a seguir a Covilhã e, claro, a maior serra portuguesa, até chegar a Belmonte.

Por ali começa ou acaba a Cova da Beira, bordejando a Estrela de nascente para poente, com os seus pomares sempre pujantes.


Belmonte tem muito para mostrar e é um hot spot turístico da Beira Baixa. Em parte porque foi ali que nasceu Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, o que atrai multidões de brasileiros.

Aliás, um presidente do Brasil, Jucelino Kubitschek, esteve em 1963 em Belmonte para inaugurar esta estátua de Cabral concebida por Álvaro de Brée. O Museu dos Descobrimentos, perto deste local, está muito bem implantado em Belmonte, atraindo milhares de visitantes. Hoje esteve lá uma escola de Mação, cujos alunos também viram o mapa de 1600 que aqui é mostrado e que mais uma vez evidencia a importância da aldeia do Sourinho nessa época (sem qualquer referência a Castelo Cernado ou à Comenda). Ah, claro, também não falta no mapa o Monte do Chamiço, outra aldeia entretanto desaparecida.

O museu já ganhou vários prémios e merece ser visitado pois até nos transporta para o interior de uma nau, onde ficamos a saber muitos pormenores, sendo um deles o facto de a higiene pessoal dos marinheiros ter como instrumento, em vez de papel higiénico, um pincel comum a toda a tripulação. Bem...

Este é um museu que dedica também muito espaço à cultura brasileira, uma cultura tantas vezes desprezada por aqueles que se esquecem que o Brasil deu tanto a Portugal quanto recebeu e que a ele se deve a grande expressão da língua portuguesa no mundo. Para além do samba, da bossa nova e da caipirinha.

Mas Belmonte não aposta apenas num cluster turístico. A cultura judaica está presente sobretudo na antiga judiaria, onde esta sinagoga permanece aberta ao culto.

E temos o Museu Judaico, outro espaço museológico de excelência.

Belmonte tem ainda mais quatro museus para mostrar e talvez por isso nesta quarta-feira de temporada baixa turística tivesse os seus restaurantes cheios e o parque de autocarros também com muitos veículos.

O concelho de Belmonte, note-se, tem 6200 habitantes, praticamente o dobro dos habitantes de Gavião. Devem ser muitos os habitantes de Belmonte que hoje beneficiam desta vasta oferta museológica e histórica que não se limita aos museus aqui referidos.

Este castelo, por exemplo, é um dos grandes castelos de Portugal.