Chuva foi teste para pontes e as notícias não são boas mas o Sol vem aí (embora tímido)

 


Os efeitos de dias consecutivos de muita precipitação fazem-se sentir um pouco por todo o país mas desta vez o Alto Alentejo foi a região mais atingida, apesar de Lisboa e os seus arrabaldes continuarem a ser a notícia mais importante.


No Alto Alentejo. o dia de ontem foi especialmente crítico.

Em Monforte, por exemplo, choveu num dia o que costuma chover num ano, uma quantidade bastante superior à registada em Gavião. Os estragos são consideráveis, com particular destaque para o que aconteceu em Fronteira, onde a ponte velha quase colapsou, estando a ser avaliado se pode ser recuperada.


Esta ponte de dez arcos ficou totalmente submersa com a subida da Ribeira Grande (todos os nomes têm um propósito, certo?), o que destruiu o seu tabuleiro e as guardas de pedra. Uma ponte que, conforme informou o presidente da Câmara de Fronteira, Rogério Silva, teve um projeto de reabilitação que não foi avante e por duas vezes esteve para ser classificada como imóvel de interesse nacional.
Segundo o arqueólogo André Carneiro, professor de Arqueologia Romana na Universidade de Évora e antigo arqueológo de Fronteira, ali existiu uma ponte romana que foi destruída em finais do século XVI, tendo sido posta de pé uma nova ponte no século seguinte seguindo "a lógica da ponta que lá existia".


Por falar em pontes, a ponte romana de Vila Formosa, com 116 metros de comprimento, sobre a Ribeira de Seda, resistiu de forma estoica apesar da sua provecta idade.
Quanto às nossas pontes, embora não submetidas a tanta carga de água, também resistiram, com destaque para a ponte do caminho da Cunheira, obra do mestre comendense José Alves.


Mas nem tudo são más notícias e, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o Sol vai voltar a brilhar no distrito de Portugal, embora timidamente. A próxima semana será uma semana de alívio após tanta água. São Pedro pode descansar um bocadinho.