A central solar fotovoltaica de Polvorão está quase a arrancar. Os primeiros contentores para o estaleiro da obra já estão montados no espaço do aeródromo do Polvorão e há marcações visíveis já junto à estrada de acesso à Comenda.
A central, que ocupará uma área de 286 hectares, 62 dos quais a ocupar por painéis solares, ainda não tem, conforme apuramos, luz verde para o arranque da sua construção, depois de problemas com o estudo de impacto ambiental, mas ao que tudo indica o caminho está aberto para a sua construção. A fase de consulta pública do estudo de impacto ambiental reformulado terminou em meados do ano passado.
Como todas as centrais solares, esta terá um forte impacto visual, sobretudo no topo da margem direita da Ribeira da Venda.
Tudo a acontecer na semana em que, no próximo sábado, na Comenda irá acontecer uma nova sessão de esclarecimento sobre a primeira comunidade energética da Comenda e do Vale da Feiteira, uma iniciativa do Clube Castelanense, uma iniciativa que passa por, através de uma empresa de energia verde, colocar painéis em telhados e terrenos de forma a proporcionar, numa primeira fase, descontos importantes para os aderentes na fatura de eletricidade.
Como se pode ver no mapa, o novo parque solar irá ser construído muito próximo da Comenda. Para além deste, está em curso avançado também um parque solar para a zona da Margalha. Com estes dois parques solares, o concelho de Gavião passará a ser um concelho do grupo dos líderes com presença de parques solares de grande dimensão. O mesmo já acontece em Nisa, onde também será reforçada esta aposta, estando em consulta pública a construção de uma central solar fotovoltaica na zona da Falagueira, um investimento de quase 59 milhões de euros.
A Central Solar Fotovoltaica de Polvorão localizar-se-à a cerca de 3,0 km a noroeste do centro da povoação de Castelo Cernado. A área disponível para implantação do projeto tem aproximadamente 286 hectares, dos quais cerca de 62 (o equivalente a 62 campos de futebol) serão efetivamente ocupados pelos painéis solares (296.352 módulos fotovoltaicos de células monocristalinas), para além de 22 postos transformadores, um edifício de comando e uma estação meteorológica.
A central irá ser construída nas sub-bacias de cinco ribeiras: a de Margem (que tem 11,6 quilómetros de extensão), a da Venda ou da Salgueira (20,7 km), a da Alferreira (15,1 km), a de Figueiró (10,4 km) e de Palhais (12,8 km), todas subsidiárias da Ribeira de Sor. A área de implantação da central não interceta linhas de água classificadas como massas de água no âmbito da DQA, encontrando-se a mais próxima a mais de 800 m da referida área (ribeira da Salgueira/da Venda). Mas duas linhas de água menores serão pelo menos intercetadas mas o dono da obra garante que todas as linhas de escorrência em causa serão repostas integralmente após a conclusão dos trabalhos.