Os presidentes de Câmara gostam de elencar obras físicas quando findam os seus mandatos e o presidente da Câmara Municipal de Gavião, José Pio, tem vários no seu portefólio: da Ecolaguna ao Museu de Arte e da Atrelagem de Gavião (entre outras). Mas há decisões que mereciam ser mais valorizadas que o cimento e o tijolo. Como a que foi tomada agora pela autarquia gavionense, que pela primeira vez desde que acompanho reuniões de Câmara (e já lá vão três anos, quase sem falhar) nunca exerceu o direito de preferência sobre habitações vendidas no mercado livre. Aconteceu agora porque a autarquia percebeu que a casa entretanto alvo da execução de uma hipoteca ia ser vendida e que não havia maneira de alojar o casal que ali vivia numa casa do parque habitacional camarário. A solução encontrado foi de grande humanismo: excecionalmente, a autarquia vai comprar a casa e ai vai continuar a poder residir quem lá está, pagando uma renda, por norma baixa, à autarquia. Um grande gesto que José Pio bem podia emoldurar para juntar às grandes obras que executou em 12 anos no concelho de Gavião. Foi um festo muito bonito, presidente.