Câmara de Gavião tem 3,1 milhões de euros em caixa



Com 3,1 milhões de euros em caixa (números desta semana) e uma dívida apenas técnica, a Câmara Municipal de Gavião, este ano com um orçamento na ordem dos 11 milhões de euros, tem uma situação financeira invejável e será nesta situação que José Pio irá passar a pasta ao seu sucessor, em outubro, após às eleições autárquicas.

Em 2013, quando José Pio iniciou o seu primeiro de três mandatos, Gavião era o 33.º município português com menor volume de despesas realizadas (7,6 milhões de euros), era o 27.º com menor volume de juros e encargos financeiros (cerca de 18 mil euros) e 19.º de 308 com menor passivo exigível (1,9 milhões de euros), sendo ainda o 40.º município português com melhor índice de dívida total (com a dívida situada em 1,7 milhões de euros). Nesse ano, ainda segundo dados do Anuário dos Municípios Portugueses, Gavião tinha um endividamento e negativo a rondar os 600 mil euros, 25.ª melhor marca nacional.

Em 2023, recorde-se, o município de Gavião foi o quarto município português com maior equilíbrio orçamental, com uma receita bruta cobrada de 9 milhões de euros), apenas atrás de Grândola, Portimão e Oliveira de Azeméis e num ranking dos 30 melhores em que só mais um concelho alentejano surgia (Elvas, em 29.º). Nesse ano, Gavião era também o 40.º concelho com menor volume no passivo exigível (2,1 milhões de euros).

Mas não podemos esquecer nunca que em termos de independência financeira, Gavião é um dos concelhos mais frágeis do país por depender muito de transferências do Estado e de investimentos do mesmo ou comunitários para gerar grande parte da receita necessária para a sua operação.

Decorre ainda que Gavião não é "estrela" entre os concelhos que mais recursos financeiros dedicam a pagamentos com pessoal.

São números que denotam uma gestão financeira a nível municipal equilibrada e sem sobressaltos e que demonstram também que a transição da longa presidência de 19 anos de Jorge Martins para a presidência de José Pio foi orgânica a nível financeiro. De José Pio, profissional da autoridade tributária, também se esperava uma gestão financeira sem devaneios e com equilíbrio.

Sendo certo e sabido que quem por norma corre por fora e é especialista em atirar bolas para o pinhal virá já aqui dizer que há dinheiro porque o Fundo Ambiental entregou 3 milhões de euros à Câmara de Gavião, como compensação por dois parques solares (um em construção e o outro emperrado pelo Tribunal Administrativo de Gavião).

Com isto, a Câmara Municipal de Gavião chega a 2025, ano que marca o final de um ciclo político, com os cofres confortáveis e arejados, sem o peso de uma dívida a empurrar para baixo projetos e ambições e com tudo para assim continuar nos próximos mandatos, faltando agora saber se António Severino vai ser capaz de defender um bastião que contou sempre em Gavião com a bandeira do Partido Socialista. Uma coisa é certa, se o seu slogan for "contas certas" vai mesmo...acertar.