As vedações que estão a ver dizem respeito à central fotovoltaica da Margalha, a primeira, de duas já aprovadas, em construção no concelho de Gavião, em território da União das Freguesias de Gavião e Atalaia e da freguesia de Margem. Seguir-se-á a do Polvorão, toda instalada no território da freguesia de Comenda. Ambas com um tempo de exploração de 30 anos e gerando a criação de apenas uma dúzia de postos de trabalho quando em operação.
A central da Margalha implica um investimento de 95 milhões de euros e a do Polvorão toca os 75 milhões de euros. A primeira está a avançar em força, a segunda aparentemente está a tentar superar alguns problemas, nomeadamente ao nível da comercialização da energia e do seu transporte através do território do concelho de Nisa, sendo praticamente garantido que também irá avançar.
José Pio, numa recente assembleia municipal, revelou mais uma vez que a Câmara Municipal de Gavião tem recusado pedidos para novas centrais solares e éolicas mas ao mesmo tempo como que se mostrou conformado face a um desfecho desfavorável à autarquia pois a lei e a força do "interesse nacional" no sector da energia é um buldozer implacável numa altura em que Portugal põe todas as fichas nas energias renováveis. O que quer dizer que a Câmara de Gavião pode dar saltos que a situação não irá mudar, ou seja, está caminho aberto para a implantação de mais centrais solares no nosso concelho.
"Vai ser uma guerra tremenda", disse o presidente da Câmara de Gavião. Mas será uma guerra à partida perdida. Isto num momento em que a autarquia já encaixou 3 milhões de euros do Fundo Ambiental como compensação pelas centrais da Margalha e do Polvorão, com a perspetiva de num futuro próximo continuar a somar nesta matéria.
Parece certo também que para o Mato Brito, na Comenda, virá mais um investimento deste género. "O nosso parecer é será sempre irrelevante", desabafou José Pio.
Quer isto dizer que bastará a vontade dos donos dos terrenos para que novas centrais solares se venham instalar no concelho de Gavião. A primeira está aí e em breve teremos no terreno os painéis solares, no caso da central da Margalha 274 316 painéis solares em 70 hectares (70 campos de futebol). Quanto à central do Polvorão, contará, em 60 hectares, com 235 900 painéis solares. No total das duas centrais, 510 216 painéis!