Empresa dos painéis já tem caixa postal em Gavião

 


Esta caixa postal, na nova e excecional Incubadora de Empresas de Gavião, já é da empresa francesa que vai construir os parques solares e eólicos do Polvorão e da Margalha. Como dá para perceber, a Akuo III estabeleceu a sua sede fiscal no concelho de Gavião, um pequeno concelho do interior que tem sofrido pesadas perdas demográficas muito devido à falta de emprego. Não sabemos qual vai ser o retorno direto para o município mas nulo não será.

Não é que estes parques solares venham criar empregabilidade significativa em fase de operação (meia dúzia de postos de trabalho cada um) mas durante a sua fase de construção trarão duas ou três centenas de pessoas ao concelho. Os exigentes do costume, especializados em perorações de teclado, dirão que é pouco e que é grave cortarem-se milhares de sobreiros para a concretização deste investimento de 170 milhões de euros, isto é, 17 vezes o orçamento anual do município.



Hoje é bem abraçar causas ambientais e por isso entendo que muitos hoje chorem baba e ranho por causa do impacto ambiental deste empreendimento. Mas estão a esquecer que as energias verdes ou renováveis representam hoje mais de 80 por cento da nossa produção energética e que as fotovoltaicos são o sector produtivo desta área com maior margem de progressão. E cheira sempre a contradição quando vemos defensores da ecologia a gritar contra o uso de energia renovável.

Por outro lado, o impacto visual dos painéis só poderá ser avaliado depois da instalação mas vendo tudo em planta não promete ser relevante, ficando longe da imagem de um mar de painéis a dominar a paisagem. No caso concreto do Polvorão, o grosso dos painéis ficará em zonas que hoje não são visíveis da estrada. Aliás, estarão em terrenos privados cujo acesso já era restrito, não sendo de usufruto público.

Os arrendatários, os donos das herdades, podem também investir parte das rendas no desenvolvimento dessas herdades. Isto, claro, dependendo da vontade que tiverem. A não ser que venha aí outra reforma agrária como a que destruiu todo um sector produtivo em poucos meses...