Trabalho de extração da cortiça a caminho do fim, por aqui

 


Sobreiros marcados com ano do corte, 2023, na Perna do Arneiro.

Apenas o resultados de quase quatro meses de labuta por parte de muitos trabalhadores da Comenda que dedicam uma parte do ano a este duro ofício que contribui para abastecer a grande fábrica de cortiça do grupo Amorim em Ponte de Sor, onde também alguns comendenses dão no duro.

Este é o país que contribui decisivamente para o PIB e que não tem direito à marmita de salmão e cordon blue da cantina da Assembleia da República.

Sendo eu um aposentado do sector terciário, tenho a maior admiração por quem sua para ter o seu sustento, à força do trabalho braçal tantas vezes sob sol inclemente e somando mazelas físicas que aceleram a velhice.


Vejo-os chegar aqui ao Choupinho pela hora do almoço, depois de uma jornada que os fez levantar da cama às quatro e meia e que começou, algures nesses montes, como na Perna do Arneiro, às seis da matina.

O rouge do tronco do sobreiro do qual acabou de ser extraída a cortiça é também a cor desse esforço de quem não dispõe de mordomias nem tem direito a cofee break.


Entreposto Robinson da Comenda (foto Duarte Nuno Tapadas)