Manuel Vieira, um homem da rádio filho de um barbeiro e de uma cozinheira da Comenda

 


Manuel Vieira é um apaixonado pela sua terra natal, a Comenda.

Daqui partiu quando os pais foram trabalhar para Lisboa mas aqui volta quase todas as semanas.


Dobrados os 70 anos, o filho de Francisco Vieira, barbeiro, entre outros ofícios, e de Lúcia Maria, cozinheira de casamentos, contou-nos a sua história, uma história muito ligada à rádio, neste caso a Rádio Nova Antena, que tinha sede em Odivelas e fez escola no seu tempo, lançando muitos nomes no jornalismo nacional. Entre os quais o meu amigo João Esteves, hoje grande responsável da Bola TV.

Uma visão muito crítica sobre a posição do presidente da Câmara de Gavião em relação à Comenda

Manuel Vieira fez a escola primária na Comenda e teve como mestre o professor Monteiro, entre outros professores, lembrando-se da professora Maria Celeste e da professora Tapadas. 

Aos 14 anos, foi aprender o ofício de ferreiro com o pai, em Tolosa, e aos 17 anos abalou com a família para Lisboa. Começou logo a trabalhar na HParry Son, uma fábrica de construção naval, no Alfeite, de onde saiu para a Metalo Fabril, em Odivelas. 

Em 1984, Manuel Vieira entra no mundo das rádios locais que nessa época nasciam como cogumelos. Torna-se um dos 14 sócios da Rádio Nova Antena e faz a reportagem de 13 Voltas a Portugal. Na Nova Antena esteve 28 anos, até a rádio ser vendida a Luís Montês, transformando-se na Rádio Amália. "Chegamos a ter 31 funcionários", conta quem também fazia uma perninha no departamento comercial.

Manuel Vieira ainda trabalhou noutras rádios e até na TVL Hoje, está reformado e quando vem à Comenda dedica-se aos seus pequenos trabalhos de metalurgia, uma das suas artes. E ainda guarda na sua casa, na rua 25 de abril, alguns objetos do seu pai, do ofício de barbeiro.


É o caso deste jogo de espelhos que provocava o espanto quando colocados frente a frente, proporcionando imagens quase infinitas a quem se sentava numa cadeira de que se desfez, com pena, há um ano.

Desse passado restam ainda outros objetos, de tesouras a navalhas, passando por velhas máquinas de cortar rente o pelo.

Um comendense que reclama um pavilhão gimnodesportivo para a sua terra

Mas o melhor é mesmo ouvir Manuel Vieira de viva voz.

A falar do passado e do presente.


Mas com o olhar também no futuro. E um olhar crítico.


A sua alma de comendense não admite que a Comenda fique sempre para trás de Gavião.