Só quatro concelhos do Alto Alentejo têm cartas arqueológicas e Gavião é um dos que estão em branco

Ontem estive em Estremoz, na celebração do Dia Nacional dos Centros Históricos, numa sessão, que decorreu no Museu Berardo, dedicada ao projeto da Carta Arqueológica desta concelho do Alto Alentejo cuja sede dista cerca de 70 quilómetros da Comenda.

A sessão contou com a participação de alguns colegas meus do campo arqueológico da villa romana da Horta da Torre, em Cabeço de Vide, Fronteira, um dos quatro concelhos do Alto Alentejo com carta arqueológica, e também com a presença do presidente da Câmara de Estremoz e do responsável pelo departamento de cultura, com ambos a ficarem até ao fim das apresentações e a revelarem um interesse genuíno neste projeto que irá prosseguir.


André Carneiro, professor doutor da Universidade de Évora, um dos responsáveis por este projeto de Estremoz e também autor da carta arqueológica de Fronteira, sentiu da parte do presidente da autarquia um firme interessar em valorizar a História do concelho, acrescentando valor ao concelho e desta forma também potenciado a atração turística, que já é forte em Estremoz.

Gavião não é Estremoz mas também tem grande potencial a este nível mas o trabalho de levantamento arqueológico aqui feito é minimalista e nem sempre preciso. É um manancial que está a pedir atenção e que, sem grandes investimentos, poderá valorizar muito o concelho, a vários níveis. Basta seguir o exemplo de Estremoz, neste momento a usar o que podemos chamar 'arqueologia de ponta', com equipas multidisciplinares que envolvem a Universidade de Évora, a Universidade de Cadiz e Instito Arqueológico de Mérida e também com uma escola de arqueologia no terreno.

Cá fica a sugestão, na certeza de que a academia seria capaz de 'dar uma mão' também a Gavião.