A Herdade do Braçal já foi bastante produtiva e o seu monte conheceu grande atividade. Hoje é que se vê.
A casa do monte arruina-se, a antiga fonte termal está perdida na vegetação e sobram apenas as histórias que muitos comendense já por aqui contaram.
Mas vamos a factos porque só estes interessam. Por isso, aqui trazemos o que escreveu o arqueólogo Rogério Carvalho sobre esta casa do monte, quando por aqui andou, há cerca de 40 anos, a fazer um esboço da carta arqueológica da Comenda.
Eis o que foi escrito numa publicação tutelada pelo Museu de Castelo Branco.
Ou seja, a casa que vemos na imagem foi construída sobre as ruínas de uma construção anterior na qual afloravam, junto a uma parede, materiais de origem romana como seja um pavimento em 'opus signinum" (telhas partidas em pedaços muito pequenos misturados com argamassa e depois batido com pilão), com os restos de três dolium (grandes recepientes para armazenamento de azeite, vinho e cereais). Os dolium são muito semelhantes às talhas que ainda vemos por aí. A que acrescem vários vestígios cerâmicos no terreno envolvendo, sendo alguns deles da tipologia tegulae (telha).
A telha romana era de dois tipo: as tegulae e os imbrex. A primeira é a superfície maior e plana, indicada com a letra a, e o segundo o "canudo" que fechava a cobertura. Como é fácil de perceber, um modo de fazer telhados que ainda podemos ver por aí.
Eis uma variante que privilegia o imbrex, instalada na nova cobertura do Museu de Atrelagem e Artes de Gavião, replicando o telhado original.
Há muito trabalho ainda para fazer no levantamento arqueológico da nossa terra.