Com o terreno do antigo campo de futebol da ADIC alugado por oito meses e puxada de água feita nos últimos dias, o estaleiro que começou a ser instalado para dormitório de 80 e não 160 trabalhadores indianos está parado até ordem em contrário.
A iniciativa foi do subempreiteiro que trabalha para a Akuo, a empresa de energia responsável pelos parques fotovoltaicos do Polvorão e da Margalha.
Esta força de trabalho que vinha para a instalação dos painéis do parque solar da Margalha foi contratada por uma empresa de trabalho temporário e a iniciativa de aqui instalar o estaleiro foi desta última.
Sem que a própria Akuo e a Câmara Municipal de Gavião fossem abordadas sobre o assunto.
Dado o alerta neste espaço, os serviços da Câmara deslocaram-se ao local, através do engenheiro Firmino, e verificaram que não havia plano para a instalação do estaleiro nem plano de higiene e segurança, para além de outras licenças. E foi dada ordem para a paragem da instalação.
Conforme foi dito hoje em reunião de Câmara pelo próprio presidente, nem o diretor-técnico do parque solar da Margalha conhecia esta situação, sendo sua opinião que não faz sentido o estaleiro estar a 20 quilómetros da obra, podendo este ser deslocado para o terreno atrás da antiga escola do Vale da Vinha (um terreno que tem o problema de ser o local usado pelo helicóptero de combate aos incêndios ou de emergência).
António Severino, vice-presidente da Câmara, fez questão de acrescentar uma nota:
"Lamento a contra-informação que tem sido feita pela junta de freguesia da Comenda ao dizer que a Câmara fez tudo para o estaleiro não ir para lá, o que o presidente da junta da Comenda devia ter feito foi o que o vereador [da CDU] fez ao questionar a Câmara sobre o assunto. É falso dizer-se hoje que a Câmara não quer o estaleiro ali".
O que sabemos é que a junta da Comenda jamais se opôs à instalação do estaleiro e que até já falou com o responsável pela empresa de trabalho temporário, com este a assegurar que este grupo já trabalha consigo há algum tempo e é pacífico. Mais, quando um trabalhador sai da linha é logo rendido, assegura. O presidente da junta da Comenda, Abílio Mendes, entende que a presença destes trabalhadores é boa para a economia local.
Provavelmente vamos ter aqui o que se chama uma volta de 360 graus.