Eu sei que hoje chamar "cigano" a alguém pode ser considerado crime de lesa pátria ou majestade mas a verdade é que muitos ciganos que conheço gostam de ser tratados como tal pois têm orgulho na sua cultura. Não sei se era o caso de António Agostinho, um cigano que aqui vemos acampado na rotunda de Gavião de acesso ao Cadafaz e ao Alamal. Corria o ano de 2003 e António Agostinho tinha na altura 57 anos.
Ao seu lado está a sua mãe, Leonor Guila, natural de Portalegre. E na parte de cima podemos ver o inseparável 'Ruço' em destaque.
A notícia é do jornal 'Fonte Nova' e o repórter conta que interrompeu o almoço que estava a ser feito numa panela de ferro, tendo sido recebido com toda a simpatia. O almoço era arroz com toucinho e uma pata de galinha.
O Agostinho acampava aqui e noutros sítios pois, conforme contou, também andava por Castelo Cernado e Vale de Gaviões. Certamente muitos comendenses conheceram-no bem.
Jorge Graça acrescenta:
"O Agostinho era de Ponte Sôr, viveu muitos anos na Comenda com a mãe e uma irmã. Há uns 5 anos soube por uma notícia que tinha falecido em Ponte Sôr onde viveu os seus últimos anos. O Agostinho e a família vivia na Comenda da caridade do que lhe ofereciam, era bom homem, incapaz de fazer mal ou dizer a alguém, daí que foi sempre auxiliado pelos fregueses da Comenda enquanto lá quis viver."