A Comenda, como se sabe, não é servida diretamente por qualquer linha ferroviária mas ainda hoje não tem longe o serviço: dois comboios diários na Linha do Leste - com a estação da Chança a menos de 30 minutos de caminho, de automóvel - e quatro regionais em Belver - com o mesmo tempo de caminho da situação anterior -, para além de quatro intercidades, na mesma Linha da Beira Baixa, que podem ser apanhados em Vila Velha de Ródão, no sentido de Castelo Branco e Lisboa.
Mas já teve mais alternativas: o extinto ramal de Cáceres, com ligação ao Entroncamento e uma estação a dois passos da Comenda - a da Cunheira. Do Vale da Feiteira há mesmo uma estrada direta para esta estação, de cerca de dez quilómetros. Uma estrada que foi muito utilizada para as deslocações dos comendenses, muitas vezes a penantes.
O ramal de Cáceres proporcionava ainda a possibilidade de apanhar o Lusitânia Expresso pois este parava na estação do Vale do Peso. O engenheiro Carlos Camacho, enquanto estudante, beneficiou desse serviço de comboio rápido.
Não estamos a contar qualquer novidade, apenas aqui viemos a propósito da ferrovia para salientar o facto de que pouco faltou para o Alto Alentejo beneficiar de mais uma linha pois esteve projetada a extensão da linha em pequena bitola de Estremoz a Portalegre até ao Fratel, passando para os lados de Nisa, ou seja a cerca de 20 quilómetros da Comenda. Este ramal que também fazia a ligação a Évora foi concluído em 1949 mas não passou de Portalegre, tendo encerrado em 2009.