A Baja Portalegre é um estado de espírito

 


Como sabem, não sou da Comenda e só quando para aqui vim viver pude perceber o que representa a Baja Portalegre sobretudo para a nossa juventude. Num território com poucos atrativos para as novas gerações face ao apelo de mundanidade que nos entra nos telemóveis, a Baja representa um estado de espírito e sabemos bem que este é um artigo fora das promoções.

Este sábado, jovens e menos jovens da Comenda armaram a barraca na Ribeira da Venda e muitos ali passaram a noite, reservando o lugar e divertindo-se.

Não é tanto a competição que interessa mas sobretudo interessa este karma.


Estar com os amigos, sentir a adrenalina da corrida, assistir ao folclore associado a este tipo de eventos de ar livre e, claro, comer e beber, pois é certo que a alma também não dispensa um croquete, uma bifana e a mini da ordem (não necessariamente por esta ordem).

Na Ribeira da Venda esteve gente de todo o país. Muitos deles já fregueses antigos. O que se vê no rally de Portugal, não falta na Baja 500 e não só na Ribeira da Venda. Ao Vale do Grou e na Marteira também afluíram aficionados do todo o terreno e do pacote completo, que vem embrulhado na palavra "fraternidade".


Tudo o que aqui é investido de dinheiros públicos é ganho. A Baja Portalegre alimenta-nos para o resto do ano e faz esquecer por momentos que vivemos num território sob a ameaça de desertificação.

Como alguém dizia, uma Baja por semana é que era coisa de categoria. Talvez fosse demais. Mas uma por mês...