O prato de esmalte da Casa da Sopa

 


Como quem anda por aqui sabe, até os que só aqui vêm só para ver se há algum erro de apreciação ou uma vírgula fora do sítio, quando há três anos, a fazer agora em outubro, decidimos viver na Comenda depressa encontrámos o lugar onde queríamos estar. Um terreno, uma casa e um palheiro na rua dr. Freitas Martins, recuperado com muito investimento e bom trabalho da equipa de José 'Garrincha'. Logo nos primeiros trabalhos de limpeza do terreno, foi encontrado enterrado este prato de esmalte. Já então sabíamos que naquela casa com uma imponente chaminé de escuta tinha funcionado em meados do século XX a Casa da Sopa. Uma casa que servia para as refeições dos alunos da escola primária da Comenda que viviam fora da aldeia ou que tinham algumas carências. Aos meninos e meninos era servida uma sopa bem reforçada por norma feita com produtos vindos da Casa Rebelo e mais tarde com queijo e leite em pó do Plano Marshal, o programa norte-americano do pós II Guerra Mundial de ajuda à Europa (um programa que Salazar inicialmente recusou mas depois aceitou).

Este prato não tem de ser necessariamente um prato do espólio da Casa da Sopa pois esta foi habitada antes de ter este uso mas a probabilidade é alta. De qualquer maneira, preservarmos o prato e, depois de limpo, este hoje está em exposição na nossa casa, agora na mesma rua mas no edifício que foi a Taberna do Ti Albino.

Estes pratos de esmalte com decoração florais eram muito comuns no seu tempo mas este tem uma história para contar.