Dia 1 Beat Fest: melhor que há um ano mas ainda a ganhar gás

 


Com mais do dobro de campistas que há um ano, a edição 4 do Beat Fest arrancou sem ter casa cheia apesar de ter um bom cartaz no arranque. O evento representa um investimento de 74.900 euros para a Câmara Municipal de Gavião - acima dos 24.330 da Feira Medieval de Belver - mas este é número que ainda bem longe, por exemplo, do investimento no Nisa em Festa.

Não vou fazer as contas todas do Nisa em Festa, apenas vos deixo com a informação de a contratação da brasileira Luísa Sonza custou 221 mil euros, os Calema vieram a troco de 40 mil euros, David Carreira "apenas" pediu 20.500 euros, Augusto Canário foi porreiro pois só precisou de 4.750 euros para animar a festa e o promotor do espetáculo meteu ao bolso 65 mil euros, a que se somam outras despesa (como seja 24.190 euros para comprar alcatifas).


Está visto que Gavião não descobriu, ao contrário do vizinho, um poço de petróleo algures no Outeiro Cimeiro ou na Represa e por cá a gestão das festas é mais ao estilo pão com chouriço, hip hop, guerreiros e malabaristas medievais e claro aqueles três dias de festa na vila que têm um nome do tamanho do maior comboio de mercadorias que costuma passar na Linha da Beira Baixa (andei à procura do ajuste direto relativo à Mostra - trata-a só pela primeiro nome para evitar o fastio do leitor - e não encontrei na base de contratos públicos).


Voltando ao Beat Fest que ainda tem mais duas noites pela frente, é evidente que se trata de um evento de algum risco pois incidir sobre um género de música para um nicho da nossa juventudade e também por se realizar a mais de uma centena de Lisboa. Há que ter alguma paciência e também revelar alguma persistência para consolidar o Beat Fest no panorama dos concertos de verão, sem entrar em loucuras, é certo, mas pensando sempre em fazer mais e melhor. Como tenho estado "por dentro", ajudando o Orfeão da Comenda, penso que posso dizer alguma coisa sem recear estar a entrar no clube dos que tudo criticam sem verem como se faz pois já nasceram a saber a tabuada dos 8 (sempre embirrei com ela!). O caminho está traçado, há que seguir em frente, sem valorizar críticas de quem não mete os pés no festival - e ainda bem pois este é, claramente, já um evento extra local e regional e é assim que tem de ser pensado e não numa lógica de tasca ou de conversa de mesa de café.


Um cheirinho da música que nos deram no primeiro dia.


E, sim, sintam-se convidados para aparecer na "barraca dos velhinhos".