A Assembleia Municipal de Gavião reuniu esta segunda-feira à noite na sede da Junta de Freguesia de Comenda. Foi a segunda vez que o órgão autárquico esteve na Comenda, visando a descentralização destas reuniões, conforme sublinhou Paulo Pires, presidente da assembleia.
O executivo da Câmara Municipal fez-se representar por José Pio, presidente, António Severino, vice-presidente, e Graciosa Chambel, vereadora. O vereador Rui Vieira, eleito da CDU, também marcou presença, para além de onze dos doze elementos eleitos como membros da assembleia, bem assim como a respetiva mesa da assembleia.
Não se pode dizer que a assembleia teve uma grande afluência de público pois foram assinaladas sete presenças, com algumas intervenções.
Membros da assembleia por inerência, os quatro presidentes de junta do concelho de Gavião também estiveram na Comenda: Martina de Jesus (Belver), Germano Porfírio (Gavião e Atalaia), Jorge Peixeiro (Margem) e Abílio Mendes (Comenda).
José Pio começou por dar conta da situação financeira da autarquia, revelando que esta tem uma disponibilidade financeira de 3,8 milhões de euros. Mas antes de falar de números o presidente da Câmara referiu-se a esta reunião descentralizada, que considera "uma maneira de nos aproximarmos das pessoas embora a reação destas por vezes não seja a esperada".
"A Câmara de Gavião é uma Câmara com uma situação financeira invejável que nos permite encarar os próximos programas de investimento com muita disponibilidade", disse. A autarquia, salientou, não tem dívidas a fornecedores, está a efetuar pagamentos a 12 dias e tem apenas um grande empréstimo, de um milhão de euros, com a Caixa de Crédito Agrícola que apenas não fecha porque neste momento tal não seria vantajoso pois apenas está a amortizar capital e a uma taxa de juro muito boa.
A assembleia aprovou a seguir as decisões do executivo para a contratação de serviços jurídicos e o contrato de comodato com a Santa Casa da Misericórdia de Gavião a propósito de sete casas desta instituição, com a Câmara a comprometer-se a um pagamento anual de 12 mil euros até 2047.
José Pio falou também da situação da empresa inter-municipal Águas do Alto Alentejo, onde a Câmara de Gavião tem uma cota de 10%, como consequência de uma avaliação de 1,7 milhões euros das estruturas que passaram da autarquia para a nova empresa há quase três anos. "Apesar de ser uma empresa nova, vou verificando que a AAA já tem uma situação confortável e que apresenta uma resposta mais rápida", acrescentou.
Germano Porfírio, presidente da UF de Gavião e Atalaia, pediu a palavra para relevar o papel que tem sido desempenhado pelas associações do concelho, destacando o facto de o torneio concelhio de malha estar a ser um sucesso, mobilizando muitos jogadores de todos os pontos do concelho. Germano Porfírio elogiou também o desempenho do Orfeão da Comenda no concerto do 25 de abril. "Tanto o orfeão como a banda e o grupo Terras de Guidintesta mostraram que a Gavião não precisa de ir ao exterior para garantir espetáculos de grande qualidade", destacou.
Também se falou da situação da saúde. Com José Pio a dizer que graças aos esforços do dr. Cabaço e da enfermeira chefe Ana Luísa (também membro da assembleia) foi conseguido o reforço de uma médica (a doutora Feliciana), com a Câmara a garantir o pagamento da renda da casa e de outras despesas domésticas. "Não há falta de consultas, a nova médica sente-se muito bem aqui e continuamos à procura de mais um médico", informou a enfermeira-chefe da Unidade de Saúde Local de Gavião. "Já estivemos muito pior", fez questão de dizer, antes de José Pio voltar a usar da palavra para dizer que está sanado um incidente que se repetiu quando muitos doentes encaminhados para o hospital de Abrantes foram depois transferidos para Portalegre. "O erro está corrigido e agora depende de cada doente residente no concelho de Gavião dizer se quer ir para Portalegre ou Abrantes", informou.
Interpelado por Abílio Mendes e Martina de Jesus, José Pio abordou também a temática da estratégia local de habitação, informando que a Câmara tem um projeto para transformar a escola velha de Belver em apartamentos, que já comprou uma casa em Gavião, uma na Comenda (com mais uma em perspetiva) e que também pensa transformar a escola mista de Margem em dois apartamentos.
José Pio aproveitou para elogiar a última edição da Feira Medieval de Belver, revelando-se muito satisfeito com o trabalho do grupo "Almanaque" pela animação proporcionada mas também pela riqueza do conteúdo histórico. Facto a reter pela positiva foi também a presença de 53 mercadores numa feira marcada por um incidente no último dia, quando uma tenda ardeu devido a um curto-circuito.
Por fim, o público teve a palavra.
Carlos Camacho deixou ficar um convite ao executivo para as comemorações dos 75 anos do Clube Castelanense, no dia 31 de agosto.
Eu próprio pedi a palavra para agradecer a presença da Assembleia Municipal na Comenda e para referir o mérito da iniciativa de um grupo de senhoras da Comenda que decorou todas as árvores da aldeia com trabalhos de crochê. Também alertei para a necessidade de continuar a investir na Ribeira da Venda e para o problema da dupla sinalização no cruzamento da rua Pequito Rebelo com as estradas para o Monte da Pedra e Gavião.
José Pio fez questão de que fosse para ata um louvor às senhoras que embelezaram, por iniciativa própria, a nossa aldeia.
Márcio Lopes também usou da palavra, bem assim como Joel Lourenço, o primeiro para um alerta, o segundo para sugerir reforço financeiro nas bolsas para estudantes universitários.
O presidente da Câmara aproveitou para informar que haverá segurança este ano na Ribeira da Venda e para dizer que só não se fez mais obra neste espaço porque o PDM ainda não está aprovado e há constrangimentos e que a Câmara não quer violar a lei. "Temos vários projetos para a Ribeira da Venda", revelou, dando a ideia de que estes avançarão logo que o PDM seja aprovado. Quanto à dupla sinalização, considerou-a "um erro tremendo" e disse que a situação irá ser estudada. O presidente da Câmara adiantou ainda que irá ser feita uma zona de circulação entre o largo do Choupinho e o lar, faltando saber se será um passeio ou um corredor com pinos de sinalização. José Pio disse também que irá ser eliminada a valeta profunda que ali se encontra e quanto a outras valetas a na Comenda também irão se feitas correções. Sobre a estrada do Vale da Feiteira, disse que este ano apenas será reparada, deixando no ar a sua pavimentação no próximo ano.