A Comenda como território H2O

 


Quando se fala no Alentejo, o problema da escassez de água é um dos primeiros clichés a ser chamado. Mas quem nasceu e cresceu na Comenda sabe que, por aqui, água foi coisa que nunca ou raramente faltou. Para além da rede de ribeiros, com destaque para a Ribeira da Venda, os lençóis freáticos são abundantes e a qualidade da água um facto.

Por isso, esta imagem de campos verdejantes na Ribeira da Venda, em plena primavera, não surpreende, Vamos no segundo inverno consecutivo com muita chuva mas não será por isso que iremos estragar o prazer catastrofista dos ambientalistas encartados que nos andam a vender o apocalipse do aquecimento global.

É de ciência certa que foi um aquecimento global que, há 200 mil anos, fez emergir a nossa espécie, quando o Saara deixou de ser um jardim e a savana invadiu África, o nosso berço, por incrível que pareça a alguns racistas de vão de escada.


Voltando aos recursos aquíferos da Comenda, talvez esteja na hora de olhar para eles de outra maneira, tomando a consciência de que são valor para a freguesia e para o concelho. Um recente estudo de impacto ambiental, a propósito do parque solar do Polvorão, sublinhou a riqueza deste recurso no subsolo da freguesia e é só consultar o relatório para confirmar o que temos mas não valorizamos.

A água será cada vez mais, pelo menos até ao próximo período glacial, que é certo apesar dos arautos do clima, um recurso de alto valor e quem a tem deve ter isso mesmo em conta. Porque se é verdade que a fé move montanhas, a água há muitos séculos que move engenhos e há um pouco menos tempo cria energia.

A Comenda é um território H2O. Declaradamente.