Pensado para albergar a coleção da carros de atrelar da Margalha, o museu preparado para o edifício do antigo seminário de Gavião não irá contar com este importante e singular acervo.
José Pio confirmou na última reunião de Cãmara a notícia que aqui demos sobre este problema.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Gavião, Manuel Martins de Carvalho, um dos proprietários da coleção, nega-se a cumprir o acordo verbal estabelecido há algum tempo e que passava pela cedência da coleção, ou parte, ao município, para preencher e dar sentido ao museu que estava a ser preparado.
A obra de recuperação do edifício do seminário de Gavião está paga e custou 1,5 milhões de euros, tendo tido um financiamento nacional de 80%, com restante investimento municipal. Uma obra que deverá estar concluída em abril do ano que agora começou.
O projeto é do arquiteto Carrilho da Graça, que tem visitado a obra e, segundo José Pio, está bastante satisfeito com a execução.
Os 26 carros de atrelar que se encontram na Margalha são maioritariamente do século XIX e foram herdados por José Hipólito Raposo de sua mãe, Valentina de Andrade Pequito Rebelo, tendo acrescentado outros à valiosa coleção.
José Pio disse que parte da família que detém a coleção "sentiu-se envergonhada" com a decisão de Manuel Martins de Carvalho de negar a cedência dos carros de atrelar/coches. Mas a Câmara de Gavião já pôs pés ao caminho e tem um acordo com o Museu dos Coches para a cedência de 17/18 coches para instalar no museu que se chamará Museu de Arte e Atrelagem de Gavião, para o qual o presidente da Câmara promete também um espaço dedicado às artes "com coisas bastante valiosas".
Segundo o que apuramos, continua a haver uma hipótese remota de o museu poder contar com um ou dois dos carros de atrelar da coleção da Margalha.
ANTÓNIO LINO NETO COMENTOU: