O Sor hoje corre escondido

 


O que estão a ver não parece mas é a Ribeira de Sor, ontem, na ponte entre o Moinho do Torrão e Sume (onde o rio se...Sume).

A Ribeira também aqui marca a separação entre os concelhos de Gavião e do Crato.


Neste início de outono, está assim. Não é por acaso que se diz que na estiagem a ribeira que quando se junta ao Raia (hoje Ribeira Grande) e dá o nome ao Sorraia corre sob as pedras.


Como tudo estava diferente em dezembro do ano passado!


Nessa altura, o Sor quase tocou o tabuleiro desta decrépita ponte que mais uma vez pôs à prova a sua resistência.

A natureza nunca tem só uma cara.

JORGE GRAÇA COMENTOU:

"Sempre foi assim, no mês de Agosto com a estiagem e a falta de chuva, o Sôr era poças e pegos entre rochas graníticas, era nesses pegos que se apanhavam bons Barbos enlapados. Os Pegos pouco profundos davam para mergulhar e com as mãos entrar nas lapas entre rochas onde os Barbos de boas dimensões se encondiam. Depois de reunidos uns quilos de peixe faziam-se as Sopas de Peixe petisco apreciado pela rapaziada da Comenda à sombra dos Choupos nas margens do Sôr e na companhia de um garrafão de boa pinga, assim se comemoravam as datas de aniversário de algum Comendense. É claro que o Sôr retomava o seu curso habitual lá para Novembro pelas chuvas do Outono."