Galveias, aqui perto, a freguesia mais rica do país - foi bom estar ali à conversa



O comendador José Campos Marques, que nesta empena olha para a sua terra, e a família Marques Ratão estão omnipresentes em Galveia, onde fomos hoje.

Galveias foi concelho até ao início do século XX, quando começou a perder protagonismo para Ponte de Sor devido ao caminho de ferro (Linha do Leste) que começou a passar por esta vila hoje sede do concelho.


Hoje com pouco mais mais de mil habitantes, Galveias, a terra do escritor José Luís Peixoto, continua a orgulhar-se da sua história mas não se ufana com o seu património.

Bem vistas as coisas, esta é a freguesia mais rica do país na condição de proprietária de cerca de seis mil hectares de propriedades e de quatro dezenas de prédios urbanos (inclusive na capital da nação). Tudo graças ao legado da família Marques Ratão, que não espatifou património entre os herdeiros nem deixou os seus bens à igreja, preferindo doar tudo às gentes da sua terra.


Tanto património também é uma dor de cabeça pois a junta de freguesia de Galveias, a fiel depositária, com isso também tem muitos encargos, sobretudo com a centena de pessoas a que dá emprego. Foi o que fiquei a saber não apenas pesquisando na net mas também através do senhor Luís Casaca, com quem conversei uma hora num banquinho à porta da Loja da Junta. Leram bem, Loja da Junta mesmo, onde esta tem à venda, por preços muitos simpáticos, produtos das suas propriedades.


A conselho do senhor Luís, que veem à direita na imagem, comprei cinco litros de azeite da produção da junta de freguesia de Galveias e não resisti aos diospiros que também estavam disponíveis na loja. Muito, mas muito mesmo, mais barato que em qualquer supermercado!


Os diospiros já foram testados e nem vos digo, nem vos conto.

Apenas gostava de terminar dizendo que gostei muito do bocadinho de conversa com o senhor Luís, um homem que abandonou Galveias aos 20 anos, como disse, "para emigrar para Lisboa" e que depois esteve dois anos na Guiné, na guerra do ultramar, e que trabalhou durante 40 anos na Alemanha até voltar à sua terra. Onde agora goza um merecido descanso, na imagem na minha companhia e de um amigo que entretanto chegou.


Estou sempre a conhecer novos mundos neste Alto Alentejo onde é fácil sentar, charlar e também apreciar o que as terras têm para nos dar.


No caso de Galveias, entre Ponte de Sor e Avis, não apenas bons diospiros mas também toda uma imagem de uma vila pequena mas onde se está bem e somos recebidos com simpatia.

Obrigado por este bocadinho.