Amorinha ou Amorão, o que interessa é que é 'bão'.

 


Os licores ajudam-nos muitas vezes a definir o caráter de uma região. São uma produção que varre Portugal de Norte a Sul e a sua diversidade ainda não gerou qualquer tese de doutoramento porque seria sempre impossível terminar uma depois de provar uns tantos licores de Portugal.

No Alto Alentejo, os licores também primam pela diversidade. No Vale do Peso, aqui perto, fomos encontrar um licor de Amora de estalado, o licor do Vale do Grilo, que tem o nome do seu produtor.

É um licor que o senhor Grilo serve com muito gelo, lima e, se for o caso, também um pouco de rum. Garanto que não fiquei pelo primeiro.

A Amorinha também é Amorão ou Amorão Plus, tudo depende do grau do licor, que pode bater na marca 30.

É um licor que emana o sabor das amoras silvestres, de cor rija, a escorrer como água de cascata na nossa garganta, qual néctar de ninfas e ninfetas sorvido no limbo da nossa inconsciência.


Um licor que tem uma particularidade quando servido na receita gelada ao estilo de caipirinha: é uma receita que veio dos Açores, trazida pela esposa do senhor Grilo. Portugal, ao contrário do que parece, é um país que o mar não separa.