A Ribeira da Venda também de Vale de Carneiros e logo seguir Ribeira da Polvorosa

 

Em 1759, o cura João de Oliveira Castelo Branco respondia ao inquérito real que bisou apurar danos do terramoto de 1755 com algumas informações sobre as ribeiras que correm ainda hoje na Comenda, quase três séculos volvidos.

Escreveu o cura-reitor que só a Ribeira do Junco, que nasce na Perna do Arneiro, tem água todo o ano, passando depois a chamar-se Ribeiro de Margem, onde tem dois moinhos e um lagar.

Quanto à Ribeira da Venda, informa que também dá pelo nome de Ribeira de Vale de Carneiros e que a jusante de uma ponte de cantaria que reporta com dois arcos (são três, na realidade) passa a ser conhecida por Ribeira da Polvorosa, a seguir ao Vale do Baraçal (assim referido).

Hermínio Dias informa que a partir da Laje do Gato a Ribeira da Venda é também conhecida hoje como Ribeira da Salgueira.

O padre referencia ainda uma igreja velha junto do atual parque de merendas da Ribeira da Venda, local provável de um dos povoamentos mais antigos no nosso território.

Sobre a Ribeira da Venda podemos ponderar que antes de ser, como o nome indica, um pequeno entreposto comercial, onde chegavam para venda vários produtos locais, este local pode ter sido em época romana uma mansione ((hospedaria) ou um mutatio (local de muda de animais de transporte) numa via secundária que viria da hoje Alvega (a velha Aritium) e seguiria pelo Vale do Grou até encontrar uma via de maior importância que passaria por Nisa e atravessava o Tejo, por barca, em Ródão.

Um pouco de investimento na arqueologia de campo e não na literária pode um dia ajudar a fazer alguma luz sobre este assunto.