É sabida a importância que a Casa Rebelo teve na vida da Comenda, ainda hoje plasmada na toponímia local, de que é exemplo a rua principal, que tem o nome de dona Delfina Pequito Rebelo, a benemérita que passou a sua vida numa cadeirinha de rodas e que foi decisiva na construção da igreja paroquial, do salão e da casa do padre, entre outras coisas.
A imagem que estão a ver é a de uma das principais propriedades da Casa Rebelo, o Polvorão, e as pinheiras excentricamente altas não estão ali por acaso, eram tão só marcos de aproximação à pista de aviação construída por José Pequito Rebelo, um homem grande e polémico do seu tempo que esteve na guerra civil de Espanha e na guerra colonial com o seu avião e que escreveu mais de duas dezenas de livros (com grande qualidade literária e conteúdo).
Os domínios da Casa Rebelo não se limitavam ao Polvorão e à Comenda, como se sabe. Conforme detalha José António Gravelho, no seu livro 'Gavião Com(n) Vida', edição de 2008.
Para além do Polvorão, esta casa agrícola tinha a Margalha, propriedades no Vale da Vinha, Casas Brancas, Fonte dos Garfos, Mação, Anadia, Carqueijosas, Vale da Arrabaça, Cujancas, Parreira e outras tantas, até nas beiras e em Benavila.
A Estrada das Pinheiras, caminho antigo para a área residencial do PolvorãoO Polvorão era uma pequena aldeia, com igreja onde o padre da Comenda rezava missa. Os trabalhadores habitavam nos sítios designados por Monte de Cima e Monte de Baixo.
Os trabalhadores do 'escritório' tinham direito, segundo Gravelho, a 'comedias' mensais em milho, feijão preto, azeite e outros géneros.Por sua iniciativa, José Pequito Rebelo pagava abono família aos trabalhadores, segundo o autor do livro citado: 10 escudos por mês
As outras duas grandes casas agrícolas de Gavião eram a Casa Cardigos e a Casa Lino Neto, a segunda de maior dimensão.
Um tempo que a revolução veio interromper. Definitivamente.