Gavião: de Jaime Estorninho a José Pio


Sem recuar mais no tempo do poder autárquico democrático, gostaria hoje de abordar as últimas três lideranças da Câmara Municipal de Gavião.

Faço-o consciente que não acompanhei os mandatos de Jaime Estorninho, Galinha Barreto (um homem com ligação à Comenda e com uma passagem não muito longa pela presidência da Câmara), Jorge Martins e José Pio, embora sobre este último já tenha algum conhecimento de causa pois estou pela Comenda há um ano e meio.

Estando de fora, quando aqui cheguei já sabia que tanto Estorninho como Barreto eram figuras com estatuto no Partido Socialista nacional e na governação autárquica e regional. O desde logo os credita pois não é para todos os políticos que integram um círculo eleitoral tão pequeno e que não pára de diminuir.

Sobre Jorge Martins, confesso, quando aqui aterrei não conhecia grandes notícias mas sinto que também deixou a sua marca, sobretudo em Belver e no Alamal. 

Quanto a José Pio, posso dizer, valendo-me do conhecimento profundo que tenho sobre autarcas como Narciso Miranda (Matosinhos) e Eduardo Vítor Rodrigues (Gaia), que é um presidente de Câmara que parece vestir um fato feito à sua medida. Como está em fim de mandatos, estou à vontade para fazer uma avaliação positiva da sua liderança, sem esquecer que é sobretudo nos meios pequenos que as clivagens são mais fortes, fruto muitas vezes de questões mal resolvidas durante a fase incendiária que se seguiu à Abril de 74.


De José Pio só não gosto de o ver sofrer com uma pedra que parece ter no sapato e que ganhou quando passou pela Comenda. Mas até consigo entender algum ressentimento... De resto, é sempre bom ter à frente de uma câmara alguém que perceba de finanças e de fiscalidade... 

Mas adiante e apenas para dizer, com o distanciamento que me será permitido, que Gavião tem tido o privilégio de ter políticos com dimensão e prestígio na sua liderança. O que não parecendo muito, coisa pouca não é para um concelho com menos habitantes que uma rua de Matosinhos ou de Gaia.