Quase 100 proprietários já aceitaram viabilizar plataforma logística de Domingos da Vinha

 


A plataforma logística de Domingos da Vinha, a concretizar-se, pode vir a tornar-se o grande 'cluster' comercial/industrial do concelho de Gavião.

Consciente dessa realidade, pelo que se percebe, a autarquia gavionense tem-se aplicado a fundo na sua concretização, com o dossier nas mãos do seu vice-presidente, António Severino. O próprio fez o ponto da situação na mais recente assembleia municipal.

"A Câmara Municipal nunca escondeu nada sobre este projeto, apenas esperamos pelo momento em partilha com o consultor imobiliário que nos bateu à porta. A partir do momento em que tudo isto se tornou público, muitas foram as notícias e lamento que este assunto se esteja tornar alvo de politização. Será um bem para o nosso concelho mas lamentavelmente os profetas das desgraças têm vindo a público proferir declarações falsas. É, por isso, lamentável como nas redes sociais se tem dito que o projeto já morreu ou que a Câmara não deu qualquer parecer", começou por dizer.

"Cabe na cabeça de alguém que a Câmara não fizesse tudo para tornar este projeto possível? Se nós por um investimento que represente um único posto de trabalho, percorremos quilómetros... Por exemplo, por causa de um lote na zona industrial que implica a criação de seis postos de trabalho andámos seis meses em correrias e fizemos tudo porque infelizmente o nosso concelho precisa de pão para a boca de qualquer investimento. Quanto mais um projeto da natureza desta plataforma logística", acrescentou.


"Se isto vai acontecer ou não, não sabemos. Mas estamos a fazer tudo para tornar este projeto possível. Nunca nos foi apresentado qualquer promotor, desconhecemos quem é o investidor, apenas conhecemos o promotor imobiliário. Até hoje, não sabemos se é o A, B ou C ou se é uma plataforma logística ou outro investimento qualquer.. Não sabemos. É a verdade", continuou.

O primeiro contacto aconteceu em julho do ano passado, com uma reunião na Câmara de Gavião, quando foi perguntado se o município tinha terrenos com boa localização para loteamento de uma plataforma logística. Um projeto que já vinha do executivo anterior. "As pessoas sentiram logo que aquele era o espaço ideal", revelou Severino sobre um local que fica a uma hora e meia de Lisboa e a uma hora de Espanha, no centro do país e com boas acessibilidades. Na altura foi pedida uma área à volta dos 60 hectares.

A partir desse momento, a autarquia esboçou uma 'mancha' para a implantação do projeto e começou contactos com os proprietários dos terrenos, já com indicadores de valores para a aquisição dos terrenos. Após uma nova reunião, o vice-presidente da Câmara de Gavião meteu pés ao caminho com apoio técnico da autarquia.

Em dezembro aconteceu nova reunião com a junta de freguesia de Belver, a associação de caçadores e de produtores florestais e com alguns proprietários. Está feito um memorando sobre o compromisso da Câmara relativamente a este projeto.


Note-se que o espaço ainda está classificado como reserva agrícola nacional. Um dos terrenos pertence mesmo a uma celulose, a Altri, que já mostrou abertura para a cedência dos terrenos.

A 9 de janeiro aconteceu nova reunião com técnicos da Câmara e com o promotor imobiliário. Note-se que o projeto começou por contemplar 50 hectares e que neste momento já vai 172 hectares.


Estão identificados os proprietários (134 para 277 prédios rústicos). Na reunião com os proprietários estiveram presentes 93 e foram recolhidas 92 declarações de consentimento.

Na área a intervencionar, faltam poucas declarações de consentimento, restando oito prédios rústicos para completar o atraso, embora um proprietário se recuse a negociar após vários contactos, o que obrigará a uma pequena adaptação do projeto.

"Ao contrário do que se diz, o projeto não morreu mas se já chegou a bom porto não sabemos", concluiu António Severino, que reforçou que nada há a esconder.


Martina de Jesus, presidente da junta de freguesia de Belver, também está envolvida no processo. "Não conhecemos efetivamente os promotores mas se não avançarmos nada será feito quanto a um investimento que será muito bom para o nosso concelho", disse nesta assembleia municipal.