Herdade da Comenda, todos os dias cai um pedaço de história

 


A Herdade da Comenda, que terá dado o nome à freguesia, com o seu nome a sobrepor-se a Castelo Cernado na respetiva sede, está no estado que podem apreciar.

Há mais de duas décadas sem qualquer atividade e depois de muitos generosos ciclos produtivos, no século XX, sob a gestão da família Bastos, da herdade restam edifícios de uso doméstico e de uso agrícola abandonados.

O núcleo da herdade tinha dois blocos de edifícios de habitação e junto ao maior situavam-se estábulos e zonas de armazenamento.

Nesta herdade chegou a cultivar-se vinha, com esta a estender-se à direita do caminho de quem vinha da Comenda para o Vale do Grou.

O seu núcleo não tinha a dimensão da Herdade do Polvorão, por exemplo, onde até existia uma escola, mas ainda se percebem alguns elementos que nos dão conta da realidade que existia. Por exemplo, esta fonte que entretanto foi sendo desmontada e de que resta a empena.

Este pequeno tanque provavelmente noutros tempos cheio de água para uso dos animais.


O forno onde se cozia o pão, afastado 100 metros do núcleo habitacional.


Da vida que aqui existiu, numa terra com fartura de água graças a um sistema de captura e irrigação singular.


Sobra apenas aquilo que ninguém quis ou não conseguiu levar.

Noémia Sousa comentou:

Tanta vida ali houve foi em outros tempos centro de trabalho para muitas famílias vinham ranchos de mulheres de terras próximas. Uma herdade que deu comer a tanta gente enquanto lá esteve o Tio Raul e a Tia Ana!

Luís Guedelha comentou:

Estava tudo em condições assim como a horta as ribeiras ,muito mato ali rocei feijão colhi ,assim como milho batatas azeitona ,falca tirei, caminhos arranjei, ceifei aveia ,centeio e trigo  carreguei reboques de tratores de mato para a cama do gado (vacas) muita vez limpei os estábulos e os palheiros enchi de palha  cântaros e  barris enchi de água  na fonte e às costas  com os ditos palmilhei   montes e vales para dar de  beber a muita gente . Hoje tudo mete medo  O monte a horta os caminhos as ribeiras ... Tá tudo ao abandono e não é de estranhar.