São 1,7 quilómetros apenas da Comenda ao Vale do Grou que pelos vistos não é Vale do Grou mas sim Comenda.
Uma igreja (S.José), um cemitério e, junto a eles, os caboucos de uma aldeia que ficou despovoada algures no século XIX, como aconteceu, por exemplo, ao Sourinho e ao Monte do Chamiço, aqui perto.
Perto da igreja e do cemitério esteve em atividade, até ao início do presente séculos, a Herdade da Comenda e terá sido ela a substituir o nome Castelo Cernado que, sim, era o nome original da atual sede de freguesia da Comenda. Digo eu sem absolutismo, não vá cair-me o céu já na cabeça e com ele toneladas de doutrina. A história da herdade tentaremos contar em breve.
Por ora, o que importa é dizer algo sem qualquer importância: fui até à Igreja agora dita do Vale do Grou, a casa da Nossa Senhora das Necessidades, de bicicleta. O caminho de volta foi algo penoso (é só para verem que, de facto, não estava em condições de participar na Volta ao Alentejo que hoje passou no Monte da Pedra).
Já vão ver que todo este 'nariz de cera' era para chegar mesmo à pedra. E a este eucaliptal, mais um entre tantos que vieram transformar a paisagem destas paragens (e de outras) e cujo sussurrar das folhas nos faz pensar sempre que estamos próximos de uma ribeira.
A lavra para o plantio das austrálias deu este resultado. Levantou todas as pedras deste caminho. Vale que por cá não corremos o risco de uma intifada.
Esta abundância de pedra deve-se à natureza de um terreno essencialmente formado por arenitos argilosos, areias e e cascalheiras com origem na idade geológica do Cenozoico embora também esteja presente matéria do Miocénico Superior e do Pliocénico.
O Cinozoico é uma era geológica que se iniciou há aproximadamente 65,5 milhões de anos e que ainda vivemos. O Miocénico é a quarta era geológica cenozoica e está compreendida entre os 24 milhões de anos e cerca de 5 milhões de anos para trás. O Plioceno está por sua vez compreendido entre há cerca de 5 milhões e 2 milhões de anos.
Ou seja, estamos perante terreno cuja antiguidade ultrapassa em muito a nossa capacidade para fazer contas em milhões. Muito respeito, por isso, por estas pedras onde podemos tropeçar sobretudo se não estivermos atentos ao chão que pisamos. O que acontece muitas vezes a quem anda a pé e de bicicleta.