A lontra de Belmonte

 


A arte pública contemporânea manifesta-se de forma impressiva um pouco por todo o país. Artistas como Vhils ou Bordalo já passaram mesmo as nossas fronteiras e as suas esculturas são marcas em várias cidades do resto do mundo, definindo mesmo, muitas vezes, um novo polo de atração turística e sendo declaradamente fatores de valorização.

São obras que nunca são consensuais mas que a pouco e pouco são assimiladas, passando a constituir património das aldeias, vilas ou cidades onde são instaladas.


Como é o caso de 'A Lontra' do covilhanense Pedro Leitão, instalada em Belmonte, com vistas para a Cova da Beira e a Serra da Estrela, numa vila onde há muito para ver. Esta escultura foi inaugurada há poucos meses e foi produzida com recurso a materiais que iriam para o lixo, nomeadamente bocados de chassis de automóveis e brinquedos velhos que as crianças de Belmonte doaram.


Uma vila, cabeça de um concelho com pouco mais de seis mil habitantes, que apresenta cinco museus, um deles dedicado aos Descobrimentos e outro à presença dos judeus nesta região. Pedro Álvares Cabral era natural de Belmonte e são milhares os brasileiros que ali chegam a propósito do 'descobridor' das terras de Vera Cruz.


Aliás, a presença do Brasil é evidente nas ruas de Belmonte e a bandeira brasileira acompanha a portuguesa na torre de menagem do castelo.