Duas palavras a propósito de Portalegre e de uma bifana

 


Trocamos há um ano o distrito do Porto pelo de Portalegre. Em cuja capital de distrito nunca tinha estado embora, modéstia à parte, reconheça que conheço razoavelmente bem Portugal sobretudo fruto das minhas andanças profissionais.

Da Comenda a Portalegre não são mais de 30 minutos de carro, sem carregar muito no pedal, contrariando aqueles que tomam o IP2 pelo autódromo do Estoril, e, por isso, já lá fui cinco ou seis vezes.

Destas primeiras impressões destaco o que acontece na Rua do Comércio, outrora a artéria principal da vida comercial da cidade e hoje com muitas lojas vazias. Vá que ainda podemos ali comprar, no Sabores da Terra, os famosos rebuçados de ovo, feitos ainda de forma artesanal.


Sendo a capital distrital com menos habitantes, com pouco mais de 14 mil habitantes, menos que a cidade de Elvas, que fica no distrito, Portalegre revela-se uma cidade de contrastes entre a decadência que encontramos no casco histórico (com muito do edificado em más condições) e a vida e a oferta que existe na sua zona industrial, onde podemos encontrar muito do que existe nas grandes cidades.



Percebe-se que o eixo da cidade se deslocou do morro à volta do castelo para a periferia, sobretudo para a zona dos caminhos para Elvas e Estremoz. As cidades são assim, têm uma dinâmica que quando se tenta contrariar normalmente dá resultados pífios.


Foi precisamente na zona industrial que fui apresentado a esta bela bifana ao estilo alentejano, no restaurante 'O Escritório'. Se fosse no Porto e não em Portalegre, seria um petisco envolvido em molho e com a carne mais fina mas acreditem que não é puxar o saco: gosto mais delas assim.