A laranja é o citrino mais produzido no mundo. O que não admira.
O Brasil é o maior produtor mundial, com 30 por cento da produção. Por cá, a maçã ainda supera as 200 mil toneladas anuais de produção de laranjas.
Número este que não contempla as laranjas produzidas no espaço público. Como acontece aqui na Comenda, com laranjas doces a colorir as árvores e consumidas a partir de dezembro (com janeiro a chegar ao fim, restam algumas na parte mais alta das copas).
Estas laranjas são ornamento, cheiro e sabor. Como deve ser. Há quem as plante por aí azedas, para afastar a delapidação rápida do fruto. Na Comenda, está visto, não é preciso tomar medidas profiláticas pois esta comunidade respeita o que tem. Mais houvesse...
Com origem provável numa zona entre a Índia e o Vietname, a laranja doce tal como a conhecemos foi trazida para a Europa pelos portugueses, desde a China. Não é por acaso que a laranja que conhecemos é, entre mais de 200 variedades, conhecida como 'laranja portuguesa'. Em grego, laranja é portokail (na Turquia, portkal) pelo motivo que certamente já adivinharam.
Desconheço se eram laranjas portuguesas as que colhi e comi junto à antiga escola primária de Montalvão mas aqui estou ainda com a doçura e frescura no paladar e na memória.
'Laranja' é ainda uma das mais de 18 mil palavras que o português importou do árabe, língua na qual se lê nâranja, no árabe também significado de tanso e de passar fome.