Junto à Igreja Matriz de Tolosa - templo referenciado pela Câmara de Nisa com fundação no século XV e restauro em 1925 mas com referenciação de 1662, conforme inscrição lapidar no pórtico, a que acresce outra data:1889 - Armando Carniça Mendes, 70 anos, natural da antiga vila de Tolosa falou-nos um pouco desta terra histórica do concelho de Nisa e que outrora pertenceu ao extinto concelho de Alpalhão.
Segundo o senhor Armando (Didi) , aqui esteve o antigo go cemitério de Tolosa, hoje no caminho para Gáfete.
Errata: Vídeo de 9 de Janeiro de 2023
A Comenda e Tolosa sempre viveram de mãos dadas. Os comendenses de antanho não dispensavam mesmo uma presença anual nas festas de Santo Amaro.
O senhor Armando, aliás, fez questão de dizer que conhece "muita gente na Comenda", de onde ainda se pode ir até Tolosa por caminho de terra.
Junto à igreja matriz de Tolosa, não muito longe da rua do Arrabalde que veem na imagem, podem ver-se duas evocações.
Uma delas dedicada a António Biscaia Hortas, uma homenagem do povo de Tolosa ao irmão do 1.º Barão de Gáfete, falecido em 1946. A outra é um padrão em cruz que assinala o VIII centenário da fundação de Portugal e o III da Restauração, um interessante dois em um que deve ser raro.
Com cerca de mil residentes, a freguesia de Tolosa integra um concelho, Nisa, que de 2011 a 2021 perdeu 1.498 residentes, passando de 7.450 para 5.962, ainda assim quase o dobro dos habitantes no concelho de Gavião.
Apesar do otimismo do senhor Armando, dá para perceber que também Tolosa sofre com o 'frio demográfico'. O estado em que se encontra o seu 'campo da bola' dispensa mais palavras.
Ainda com farmácia a funcionar, com dois postos de combustíveis perto, com nova piscina a funcionar desde o verão passado e até com um pequeno pavilhão multiusos, Tolosa é vila que justifica bem um pequeno mergulho na história e um passeio nas calmas pelas suas ruas, ali bem perto do movimentado IP2.
Na parte que me toca, fiquei encantado com esta azulejo que nos remete para o imaginário da vida medieval, que certamente foi intensa nesta terra que não teve castelo, ao contrário de Alpalhão.
A Tolosa iremos voltar também para, como escrevi atrás, mergulhar em águas mais profundas da história. Se o quiserem fazer já, vão por aqui.
Contributo de Jorge Graça:
"Não me parece que Tolosa e Comenda vivessem em alguma época de mãos dadas. Bem pelo contrário sempre ouvi falar, mesmo pelos mais antigos, com desdém de Tolosa, nunca houve grandes afinidades entre estas duas povoações. O contrário se passava com Monte da Pedra e a Atalaia onde sempre houve laços de amizade e casamentos se faziam amiúde entre os seus habitantes. Basta ver no seio dos habitantes de Comenda poucos ou nenhuns são naturais de Tolosa, já de Monte da Pedra encontra-se algumas pessoa que formaram família na Comenda. Quanto à festa anual do Santo Amaro, iam poucas pessoas da Comenda, era junto à ermida no campo, muitas famílias faziam um repasto em redor da ermida e a deslocação há 40 ou mais anos era de carrossa e eram quase na totalidade da freguesia de Tolosa. Como era uma festa religiosa o Pároco da Comenda arregimentava um grupo de rapazes da escola e lá íamos a Festa do Santo Amaro o caminho era a pé por veredas pelo Mato Brito e passava-se o Rio Sôr para a outra margem pela parede do açude no Moinho do Mocho depois subia-se a encosta do Carvalhal até lá."
Contributo de Delminda Miguéns Rijo:
Jorge Graça pelo que sei a ligação a Tolosa não é assim tão incomum, o meu pai era de Tolosa e pelo menos os meus muitos tios e primos eram visita frequente na Comenda, pelo menos na festa e na feira; o meu irmão Francisco casou em Tolosa… para além de outros tolosenses da Comenda.