Há ideias que se generalizam e que pecam no fim sempre por defeito. Como é o caso quando se intui que o Alentejo é um território carente de água.
O Alto Alentejo, em particular, apenas é percorrido no seu extremo norte por um grande rio, o Tejo, para onde 'entorna' desde o sul apenas uma parte dos seus rios, como é o caso do Sever, e ribeiros. Por norma, o 'escorrimento' faz-se na direção do Sorraia, afluente do Tejo muito mais para jusante.
É o caso desta Ribeira de Cujancas, que abastece a Ribeira de Seda, e que corre entre o Monte da Pedra e o Crato, ora em vale aberto, ora em vale mais fechado.
Desde 2015 que, neste local, a ribeira corre sobre uma nova ponte, que rendeu a antiga, esta última uma ponte que em tempo de cheia por vezes ficava inacessível. A paisagem por vezes é um palimpsesto onde se reúnem camadas de história. Neste caso, com leitura ainda perfeita. De um lado, a antiga ponte e parte da antiga estrada que a ruína e o pó um dia irão esconder. Do outro, o novo acesso.
A Ribeira de Cujancas que aqui corre, agora com abundância, fruto da recente temporada de chuvas, é, como muitas outras ribeiras, um curso de água com vários nomes de batismo. Para saber mais, passem por aqui, por um blogue que merece ser visto, dedicado à nossa vizinha Aldeia da Mata.
Por falar em mata, quando por lá passarem parem para apreciar esta bela mata de pinheiros mansos.
Como muito bem lembrou Ricardo Branco, tutor do arquivo digital da Comenda, entre a aldeia de Cujancas, no Crato, e Gavião houve uma contenda brava em 1975 por causa de gado 'desviado' da Herdade da Margalha e que dona Delfina Pequito Rebelo disse ter sido gado oferecido ao povo de Gavião. Ver aqui.