Termas do Monte da Pedra à espera da visita de Godot

 


Fui visitar as termas da Fadagosa do Monte da Pedra, termas que em tempos não muito distantes conheceram uma atividade interessante. Mas desde o final do século XX. Ou seja, entaipadas e votadas ao abandono. O povo por aqui diz que tal aconteceu porque a água do furo termal desapareceu após um forte investimento, na tentativa de aumentar o caudal.

Em 1996, pelo menos, as termas ainda estavam em atividade, como o demonstra esta reportagem da RDP. 



Referenciada desde o início do século XIX, esta fonte de água fadagosa (ou seja, mal cheirosa) debitava água a cerca de 19 graus com aplicações medicinais. O primeiro balneário foi mandado construir no primeiro quartel do século XX e a propriedade foi assumida pela Câmara Municipal do Crato. Nos anos 90 do século passado, o edifício foi ampliado e é o que hoje podemos apreciar em degradação acentuada.




A água era inicialmente captada através de um furo com 30 metros de profundidade e as obras implicaram mais dois furos, de 160 e 180 metros de profundidade respetivamente. Voltando a citar os habitantes do Monte da Pedra, terá sido por esses furos que o caudal da sulfúrea se perdeu para sempre, enquanto a Ribeira do Monte da Pedra passava a correr por margens consolidadas, em canal.



Talvez esta história tenha outros contornos. Estes são os que conheço para além das ruínas que podemos encontrar no meio de um local encantador. Isto é, de uma estação termal em funcionamento regular passamos rapidamente para um sítio arqueológico de alto potencial.

DUARTE NUNO TAPADAS ESCREVEU:
"No sábado passei por aí. Boas memórias desse local. Desde o tempo em que era um pequeno edifício, até às recentes (e agora degradadas) instalações, onde o Restaurante explorado pelo sr. Edmundo permitiu grandes convívios."