Monumento ao emigrante de Nisa não pode ser filho de pai incógnito

 


Portugal é um país iconograficamente rico em esculturas que podemos ver por aí espalhadas em rotundas, jardins e passeios mais abertos.

Felizmente para Nisa não passou por lá ainda qualquer Cabrita Reis desta vida, especialista em 'vender' arte contemporânea com restos de construção civil ou com sucata de fábrica ao preço de ouro de lei.

O monumento ao emigrante é estático mas o seu dinamismo dá-lhe sempre vida. Vemos um homem e uma mulher que carrega o respetivo filho num provável momento de travessia "a salto" da fronteira, rumo a um futuro mais esperançoso.

O Alto Alentejo tem uma longa história de emigração para países estrangeiros mas também de migração para a área metropolitana de Lisboa. Não sei qual terá sido mesmo o fluxo mais forte que foi contribuindo para esvaziar demograficamente esta região. O que sei é que em geral quem partiu não esqueceu as suas raízes e aqui volta ou voltou, como acontece na Comenda, Gavião, onde em qualquer fim de semana dá para perceber que mais gente está na aldeia, vinda do litoral do país.



Não sei também quem é o autor desta singela escultura que conta muitas histórias pois a memória do autor não ficou plasmada na placa relativa à sua inauguração, em agosto de 2017, embora o nome da presidente de Câmara esteja devidamente assinalado. Talvez alguémpossa ajudar a dar o seu a seu dono pois este é um monumento, que pode ser visto na praça central de Nisa, que não merece ser filho de pai incógnito.