Breves notícias da nossa Comenda

 

Aquele pontinho de Portugal é a área, aproximada, da nossa Comenda. A nossa freguesia, como se sabe, integra o concelho de Gavião, o único concelho do Alentejo com uma freguesia (Belver) na margem direita do Tejo.





Como dá para perceber, a área da freguesia da Comenda, uma freguesia com duas 'fronteiras' concelhias (Nisa e Crato), já está fora da grande mancha de pinhal do interior (a que se junta o eucaliptal) mas é sobretudo na Comenda que se concentra uma das maiores áreas de floresta. Felizmente estamos a ter um verão sem incidência de incêndios, situação a que não será alheia a presença assídua, tal como testemunhei, de brigadas móveis de sapadores florestais.

Terra ainda de charneca - e por charneca entenda-se, segundo Galopim de Carvalho, um terreno inculto, o que está em linha com a atual situação, que demonstra uma ocupação sobretudo dedicada à pecuária e ao cultivo de sobreiros - a Comenda representa uma área muito distinta, por exemplo, daquela que se conhece, no sentido sul, a partir de Alter do Chão, onde a agricultura é também uma atividade com alguma expressão. 




A nova barragem de Pisão, no Crato, irá precisamente contribuir para o regadio que se vai tornando necessário, faltando apenas saber se a mancha de olival intensivo vai aproveitar para alastrar ainda mais para norte no Alentejo (o que é bem provável). Tenha-se em conta a zona de regadio contemplada pela nova barragem.

Tanto quanto sabemos - e o que sabemos nunca nos é servido numa bandeja, tem de ser procurado... -, o abastecimento de água da Comenda e de Gavião poderá também vir a beneficiar deste novo empreendimento hídrico (as queixas relativamente á água que vem da barragem de Póvoa e Meadas são frequentes por aqui...). A ver vamos.

Quase certo para a Comenda teremos, isso sim, a implantação de dois parques solares - Margalha e Polvorão - que irão também mudar a morfologia da Comenda. Na parte que nos toca, o parque solar do Polvorão, uma área correspondente a 62 campos de futebol, irá mudar a paisagem da zona noroeste da Comenda, mais o respetivo canal de passagem de alta tensão para a central de Fadagosa de Nisa. Não temos notícia de desenvolvimentos deste assunto desde que foi posto em causa o estudo de impacto ambiental mas os técnicos estiveram este verão na zona do Polvorão, o que é sinal de que a 'coisa' está a andar.

Os próximos anos podem ser decisivos para um futuro mais consolidado da Comenda, uma freguesia que, como tantas outras do interior do país, tem vindo a sofrer golpes sucessivos na sua demografia, com quebras na ordem dos 30% por década. E aí, já sabemos também, muito poderá ser feito através da hoje vazia zona industrial da Comenda, para a qual talvez em breve surjam boas notícias...