Uma Degracia nunca vem só(l)

 


Já diz o povo que uma desgraça nunca vem só. Neste caso, uma Degracia.

Perto de Degracia Cimeira e da sua irmã Fundeira, e também não muito distante da sede do concelho, está planeado mais uma central solar para o concelho de Gavião. Da central do Polvorão já aqui falamos e quem tiver curiosidade pode recuperar aqui a postagem.

No Polvorão são 62 campos de futebol de painéis solares, mais o respetivo corredor de ligação à rede elétrica nacional.

Na Margalha, a sul da estrada nacional mas com fronteira nesta, são 74 campos de futebol e meio de painéis (75,5 hectares), na freguesia na freguesia de Margem e na União de Freguesias de Gavião e Atalaia.

A linha elétrica de alta tensão terá um corredor de 21 quilómetros até Abrantes.

Como estamos a falar de centrais solares e de energias renováveis, a preservação da fauna, da flora e da paisagem é aqui o que menos importa. Se fosse uma mina de lítio, outros galos cantariam...

O maná cai aqui também do céu e apresenta-se com um valor médio anual de 2 429,4 horas de insolação. É muita fruta.



Hoje estive na Degracia Cimeira. Uma terra silenciosa, com muitas casas sem gente e de memórias que não tarda nada se vão perder.

A boa notícia é que a Câmara de Gavião prepara-se para recuperar a velha e bonita escola primária, obviamente hoje sem serventia. Será um Centro Interpretativo dos Percursos Pedestres e um centro BTT, junto a um percurso que termina no Tejo.

De facto, vi passar um bttista.

Nada contra os centros interpretativos, os albergues para ciclistas ou os percursos silvestres. Só magoa sentir que tudo isto continua a ser mais importante que as aldeias que tinham gente e que hoje gente quase não têm. Um tema, sem dúvida, a merecer uma reflexão ou, se acharem mais bonito, um centro interpretativo fornecido a energia solar.