É tempo de apanhar o comboio


Esta imagem é de ontem e diz respeito ao 'Passeio pelas Beiras' realizado pelos amigos e amantes da ferrovia portuguesa. Cá vemos o extenso comboio do passeio nas Portas de Rodão, aqui perto.  A Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro) organizou "Um Passeio pela Beira Interior" com nove carruagens 'Schindler'.

O turismo, sabe-se, é um dos fatores que podem combater o inverno demográfico e uma economia débil em concelhos do interior, como são os casos, na parte que nos toca, de Gavião, Nisa e Vila Velha da Rodão, para não falar noutros aqui tão perto.
A Linha da Beira Baixo passa em Gavião e bordeja Nisa num dos seus mais belos percursos. E a Linha de Leste, a Sul, não está longe, com um grande potencial também, embora hoje tenha apenas um comboio para lá e outro para cá no que diz respeito ao transporte de passageiros.
Olhar para este potencial devia ser um desígnio dos decisores políticos nacionais e locais. Quem mais tem algo assim?






Um pouco da história da Linha da Beira Baixa, por ANTÓNIO PINTO PIRES.

Em 6 de Setembro de 1891, foi inaugurado o 1.º troço da Linha de Caminho de Ferro da Beira Baixa, que ainda não estava totalmente concluída. Faltava terminar o troço até à Guarda, o que só veio a verificar-se em Maio de 1893. Essa data, foi solenemente assinalada em toda a região e a inauguração da linha, foi efetuada pelo Rei D. Carlos e sua esposa, a Rainha D. Amélia, como adiante se refere. A construção da Linha da Beira Baixa foi muito atribulada. Embora tenha sido uma das primeiras linhas a ser projetada em Portugal, em 1859, no entanto só em finais de 1885 foram iniciadas as obras de construção. Esta Linha esteve para ser uma linha internacional, ou seja, a segunda linha que deveria ligar Lisboa a Madrid, por ser considerado o trajeto mais curto. Já se ia a Madrid de comboio, por Elvas e Badajoz, mas o percurso era maior, e se a linha passasse ao longo do Rio Tejo, a distância entre as duas capitais seria encurtada.